Dias atrás, li um pequeno texto que trazia a reflexão sobre o modo como encaramos a vida, fazendo algumas ponderações do autor, que não estava identificado. Acabei somando alguns apontamentos meus a esta reflexão e o resultado foi este:
Leve seu pensamento para daqui 100 anos: 02 de Junho de 2123. Certamente, todos que estão vivos, hoje, não estarão, nesta data futura (claro, à exceção dos centenários, que são incomuns). Toda a sociedade que conhecemos será outra, já com outros personagens. Isto não apaga a história e a memória de ninguém. Talvez, sejamos ainda lembrados por nossos descendentes ou por algum feito em sociedade. Mas nossas “lembranças rotineiras” (que podemos chamar de “nossa forma única de encarar a vida”) não existirão mais. Portanto, não é uma reflexão sobre o que seremos aos olhos dos outros, mas, sim, do que foi a vida aos nossos olhos.
Agora, para aplicar o que foi dito anteriormente, leve seu pensamento para 100 anos atrás: 02 de Junho de 1923. Provavelmente, não conheça ninguém ainda vivo nascido antes desta data pretérita (mais uma vez, à exceção dos raros centenários). Dos nascidos antes desta data, ficaram as lembranças e os feitos sociais que mencionei. Podemos recordar, ao ver fotos antigas, ou ouvir causos passados pelas gerações, que dão certa mostra das personalidades. Quem sabe as casas em que eles viveram ainda estejam de pé, mas suas rotinas, estas já se foram. E então, aos nossos olhos e pensamentos, suas memórias seguem, mas as experiências de vida, únicas e intransferíveis, não temos como revivermos.
Deste modo, com estes breves devaneios temporais, podemos pensar como levamos as nossas vidas. 1) Temos um vício social do apego às questões materiais, elevando aquilo que ‘temos’ em detrimento daquilo que ‘somos’. Isto faz com que ações equivocadas sejam tomadas; que deixemos de lado aquilo que realmente importa em nossas vidas por uma gana de ter algo ou de pertencer a um grupo. 2) Temos, também, um vício social de medir a vida com a régua da comparação, que busca nivelar as vivências, ignorando o fato das diferenças que possuímos; dos propósitos de vida de cada um. E dois reveses surgem: De olhar mais para fora (outras pessoas) do que para dentro (para si), antes de agir; e de não entender que a “arte de viver a vida” está em todo o processo, em toda a nossa caminhada.
Deveria ser uma busca, constante e coletiva, de se compreender sobre a vida, mas estaria ignorando estar diante das maiores e irresolutas questões da humanidade. Então, que este texto seja um mero convite a pensarmos sobre uma vida com propósito. Certa vez, trouxeram o significado de “propósito de vida” como “a nossa assinatura no mundo” e, de quebra, a indagação “Qual a assinatura você quer deixar para o mundo?”. Pensar nisso minimiza os 100 anos, que parecem muito tempo para nós e tão pouco para a história, e faz com que tenhamos um desapego ao futuro, focando em nosso presente.
Foi numa dessas coincidências da vida que, assistindo à algumas palestras no TedTalk, me deparei com um homônimo meu (outro Lucas Toledo, só que argentino), falando também sobre propósito, em que ele conclui assim:
“O que é que te emociona e te motiva? O que você está fazendo com o seu tempo? Talvez, se responder a estas perguntas, certamente, não vai mudar o mundo, mas, seguramente, vai mudar o seu mundo. Este é o primeiro passo e, muitas vezes, o mais importante!”
POR: LUCAS FILIPE TOLEDO |
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