Projeto da UNIFAL-MG integra comunidade acadêmica e externa com atividades de cultivo de hortaliças, plantas medicinais e árvores; “Horta Terapia Comunitária” beneficia cerca de 30 famílias do município de Alfenas

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Ações solidárias se multiplicam dia a dia com o objetivo de amenizar a crise socioeconômica agravada após a pandemia de covid-19. Na UNIFAL-MG, o cenário não é diferente. Em 2021, ganhou vida o projeto “Horta Terapia Comunitária”, cuja finalidade é promover o reconhecimento de necessidades sobre a insegurança alimentar, bem como incentivar o cultivo e consumo de hortaliças e plantas medicinais. A iniciativa é desenvolvida com moradores do bairro Recreio Vale do Sol e do Jardim das Alterosas, no município de Alfenas.

 

Idealizado por membros da comunidade universitária, o projeto beneficia cerca de 30 famílias com a produção e entrega de alimentos como alface, rúcula, repolho, goiaba, amora, agrião, peixinho, couve, cebolinha, salsinha e coentro, ou alimentos diversos que se produzem de forma mais abundante no verão, como abóbora, mandioca e chuchu. De acordo com a coordenação, até o momento, os produtos mais procurados ainda são as plantas medicinais, como hortelã, melissa, funcho, guaco, babosa, alfavaca, cana de macaco, arruda, folhas de manga, goiaba e outras. 

“A ação busca retomar a produção de alimentos orgânicos in natura e ervas medicinais no espaço presente no Residencial Jd. das Alterosas, atualmente responsável por comportar mais de 60 espécies em acesso livre e gratuito para a comunidade”, explicou o professor Flamarion Dutra Alves, do Instituto de Ciências da Natureza da UNIFAL-MG, coordenador do projeto.

Além da produção de alimentos livre de agrotóxicos, o projeto visa, mediante o levantamento e diagnóstico socioeconômico das famílias, conscientizar a conservação da horta como um bem coletivo e promover a articulação entre a Universidade e a comunidade na troca de conhecimento científico e saberes populares.

“Hoje, promovemos atividades educativas e ambientais aos sábados, para as crianças do conjunto habitacional, sendo desenvolvidas ações de plantio de árvores frutíferas e nativas, brincadeiras e diálogo sobre as questões ambientais e sociais, com respeito ao distanciamento social e ao uso obrigatório de máscara e álcool em gel”, destacou o professor Flamarion Alves.

Quanto aos efeitos da iniciativa, as consequências positivas têm se destacado. Na opinião do morador William Camargo, a horta traz benefícios para toda a comunidade. “Além da importância do projeto, o espaço proporciona um lugar para relaxar a mente, um refúgio”, contou. Outro impacto é a elaboração, já em andamento, de apostila com informações sobre usos, contraindicações e princípios ativos das plantas medicinais. 

Coletivamente, os participantes também elaboram questionários para coleta de dados sobre a insegurança alimentar entre as famílias de menor renda, a fim de contribuir para o reconhecimento do atual cenário da fome e as ações conjuntas da horta. “A existência do espaço representa um complemento na alimentação das famílias, daquilo que muitas vezes não é consumido por ser caro, e mesmo por não ter o hábito na dieta alimentar. Além de minimizar a fome, há uma perspectiva de um trabalho e consciência coletiva dos moradores para manutenção do espaço”, completou o Prof. Flamarion Alves.

As potencialidades do espaço da horta e a organização social entre os moradores foram observadas em pesquisas defendidas em 2019, de Iniciação Científica e Trabalho de Conclusão de Curso em Geografia, do professor Flamarion Dutra Alves e da discente Clara Ribeiro da Silva. Atualmente, integram o projeto os docentes Flamarion Alves e Estevan Coca, do Instituto de Ciências da Natureza da UNIFAL-MG; a mestranda em Geografia Clara Ribeiro; os discentes de graduação em Geografia Jean Luka Dutra e Lara Mendes da Silva; o discente da Farmácia Matheus Fernandes Alves; e o discente da Ciências Biológicas Otávio Miranda. Já os membros da comunidade externa que constroem o projeto são os moradores William Camargo, de 28 anos; Dona Quitéria, de 58 anos; Dona Antônia, de 60 anos; e as crianças do condomínio, que participam ativamente do projeto.

Com a divulgação e o crescimento da iniciativa, a Horta Terapia Comunitária se torna reconhecida como um modelo a ser implementado em demais áreas da cidade. “Consideramos que esse passo maior deva ser acompanhado de articulações, como a participação de coletivos e do poder público, para auxiliar o projeto”, finalizou o coordenador. 

 

(ASCOM)

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