No mundo inteiro, outubro é destinado a uma fundamental campanha de conscientização e prevenção ao câncer de mama. Graças a esse movimento, muitas vidas já foram salvas e tantas outras serão salvas ainda neste ano.
É importante saber que o câncer de mama é o câncer mais prevalente nas mulheres de todo o mundo e no Brasil. Atenção: ele possui uma alta letalidade se não diagnosticado precocemente! Um dado alarmante é que, nos últimos anos, está ocorrendo o aumento de casos em mulheres abaixo dos 40 anos.
Hoje quero esclarecer para vocês a diferença entre prevenção e rastreamento. Prevenção significa adotar medidas e ações para evitar que a doença apareça. Já o rastreamento significa achar o rastro, “ir atrás “, no caso de medicina, ir atrás precocemente de uma doença que pode já existir.
Você sabia que o câncer de mama hereditário corresponde a somente 5 a 10% dos casos, sendo a imensa maioria, cerca de 90%, causados por mutações genéticas? E uma informação muito importante: essas mutações estão diretamente relacionadas e são ocasionadas por hábitos de vida não saudáveis.
Então, o correto a se fazer é conhecer as medidas de prevenção de mutações genéticas que podem gerar o câncer de mama e adotá-las imediatamente:
• Evitar o ganho de peso em excesso;
• Manter uma dieta saudável;
• Evitar gorduras saturadas;
• Manter atividade física regular;
• Evitar consumo excessivo de álcool (o consumo moderado já aumenta o risco);
• Evitar o tabagismo.
Uma dúvida comum é sobre o estrogênio e o que posso dizer é que ainda não se tem certeza sobre a associação entre o uso de pílula contraceptiva oral contendo estrogênio e o aumento do risco de desenvolver o câncer de mama. Poderiam estar mais predispostas, aquelas mulheres que fizeram uso de pílulas com alta dosagem de estrogênio e por longo período de tempo.
A sociedade Brasileira de Mastologia recomenda avaliação ginecológica anual para todas as idades e para mulheres saudáveis e sem fatores de risco o rastreio anual a partir de 40 anos também com a mamografia. Recomenda também o início precoce de hábitos de vida saudáveis.
Vamos falar sobre o tão recomendado autoexame?
Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, os países desenvolvidos já deixaram de recomendá-lo como forma de prevenção há mais de 10 anos. O autoexame possui uma efetividade baixa, já que não identifica lesões pré-malignas e menores de 1-2 cm, com taxa de apenas 35% de casos de câncer sendo identificados através do autoexame, e o mais preocupante, desestimula a mulher a procurar avaliação ginecológica especializada anualmente, pela falsa sensação de não ter identificado alterações em casa.
Diante disso a recomendação para as mulheres acima de 40 anos é clara: NUNCA DEIXAR de ser avaliada por um ginecologista, anualmente, para exame especializado e rastreio com mamografia acima de 40 anos.
Fonte: Sociedade Brasileira de Mastologia
(Dra. Amanda Santos Cerávolo)