O jornalista esportivo muzambinhense Milton Neves foi tema de matéria de página inteira no jornal de circulação em rede nacional “O Estado de São Paulo” no último dia 22 de setembro.
Com 73 anos, Milton falou sobre o enfrentamento da depressão após o falecimento da esposa em 2020. “Lenice e o rádio são minhas maiores paixões, que conheci em Muzambinho”.
Conhecedor do seu potencial, declarou na reportagem: “Ninguém faz rádio esportivo melhor do que eu no mundo. Pode pegar o bom da Itália, da Espanha… Eu que me afastei do trabalho. Fiz uma carta de despedida da Band abrindo mão de todos os direitos que por ventura pudesse ter”, revelou o jornalista.
Neto, ídolo do Corinthians e apresentador da Band, que herdou o horário do antigo “Terceiro Tempo” com o “Apito Final”, nas noites de domingo também foi citado. “Eu inventei uns 30 para a televisão e o rádio, como me inventaram também e o mais grato é o Neto. Ele tem o público dele, a ‘corintianada’ adora ele. Quando eu estava na Record, ele me pediu para ajudar. Fui falar com o bispo Honorilton Gonçalves, que negou. No dia seguinte, o Robinho não poderia comparecer no programa, então o bispo falou para colocar o Neto. O programa foi um sucesso de audiência, porque teve o Eurico Miranda, Neto e Oscar Roberto Godoi. Na segunda-feira, o bispo mandou contratar o Neto”, contou Milton na reportagem.
Em Muzambinho, a Casa da Cultura Dr. Lycurgo Leite tem uma sala com o nome do jornalista onde os turistas podem conferir um pouco da historia do mais famoso jornalista esportivo do país.
Milton tornou o nome de Muzambinho conhecido. Durante os anos que trabalhou nas rádios Jovem Pan e Bandeirantes, além das TVs sempre falava da querida cidade e até hoje Muzambinho é referência na capital paulista por conta de Milton.
Em um trecho da matéria, ele faz referência ao seu primeiro rádio. O mesmo radinho que o impulsionou e o tornou um fã do Santos e de Pelé, Milton guarda ao lado da cabeceira da cama. “Tinha dificuldade até para comprar pilha. Ele vale ouro para mim. Minha tia Antônia pediu empréstimo para comprá-lo. Um dia perdi o rádio e ela ficou com muita pena. Ainda estava pagando o primeiro, mas pediu outro empréstimo e comprou o segundo”, relatou o jornalista, segurando as lágrimas que o fizeram se tornar cada vez mais sentimental.
A matéria do Estadão foi reproduzida durante a semana por inúmeros veículos de comunicação do país, um orgulho para o município e um reconhecimento do talento do profissional.