Sete a cada dez municípios de Minas não registram morte por Covid há 30 dias. São 602 cidades – a maioria fora da Grande BH – sem óbito desde a primeira quinzena de março. O avanço da vacinação na população adulta e a disseminação de casos provocados pela variante Ômicron explicam o atual momento.
Os números são da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Além disso, conforme a pasta, 720 localidades não registraram mortes pelo coronavírus nos últimos 15 dias.
A desaceleração da pandemia, no entanto, não significa abrir mão das medidas de proteção contra o vírus. O uso da máscara em espaços fechados, por exemplo, ainda deve ser mantido em localidades com baixo índice de vacinação infantil e elevada taxa de transmissão da doença, caso de Belo Horizonte.
“É importante manter em locais fechados, como no transporte público, trabalho e estabelecimentos comerciais. A população mais vulnerável, que possui doenças crônicas, ainda pode desenvolver a forma grave da Covid”, explica o infectologista Unaí Tupinambás.
Segundo ele, que integrava o Comitê de Enfrentamento à Covid, a redução das mortes é reflexo direto da imunização. “Se a vacina não impede a infecção pela Ômicron, ela tem impedido que as pessoas desenvolvam a forma grave da doença. Tanto é que as pessoas que estão morrendo não completaram o esquema vacinal com as três doses”.
“No entanto, a taxa de transmissão ainda está um pouco alta, estabilizada em um patamar um pouco desconfortável. Considerando que a subvariante da Ômicron é muito contagiosa e que estamos no outono, considero ser preciso um pouco mais de cuidado, principalmente com o uso da máscara”, afirma o infectologista Unaí Tupinambás
Em BH, a prefeitura suspendeu a divulgação diária dos boletins da Covid. Os comunicados passaram a ser feitos duas vezes por semana. No último, de ontem, 14 mortes em decorrência da doença foram confirmados em cinco dias. Ao todo, são 7.731 óbitos desde o início da pandemia.
(Marina Proton e Clara Mariz – HOJE EM DIA)
