Como estamos de pré-candidatos ao Governo de Minas?

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O calendário eleitoral vai andando e os arranjos políticos começam a se formar. Estes arranjos são vistos, sobretudo, em âmbito nacional, mas ecoam fortemente pelas unidades federativas. Diante da potencial (e já escancarada) polarização Lula x Bolsonaro na disputa presidencial, será comum vermos candidatos aos governos estaduais que buscarão acolher o eleitorado, numa espécie de voto casado. Entretanto, Minas Gerais, o conhecido estado-síntese do Brasil, parece trazer um pouco de suas particularidades para este jogo eleitoral. Vamos aos possíveis candidatos:
Buscando a reeleição, temos o outsider político (que já não é mais um outsider) Romeu Zema (NOVO). Vamos relembrar um pouquinho de 2018: O título de “terceira via”, que todos candidatos menos cotados em qualquer eleição querem pra si, serviu como uma luva em Minas; e acredito que, um mês antes do pleito, nem o próprio Zema cogitava a sua vitória. Com um discurso liberal, que seu partido defende, Zema se elegeu principalmente pelo cansaço do povo mineiro ao embate PT x PSDB, que já se arrastava por duas décadas. Mesmo as pesquisas indicando que já havia uma terceira via forte no estado, que era o caso de Márcio Lacerda (então PSB), este foi retirado do páreo por puro arranjo político-partidário. Antes de Zema, ainda existia a opção de Mares Guia (REDE), mas este não empolgou o eleitorado, o que fez com que o voto de fuga da polarização Anastasia (então PSDB) x Pimentel (PT) caísse em seu colo, de bandeja.
Muitos apoiadores de Zema são, também, apoiadores do presidente Bolsonaro, até porque este também levou muitos dos votos dos “liberais na economia”. Ao que tudo indica, seguirá assim, até porque a outra possibilidade de candidato do governo é o senador Carlos Viana (PL). Viana, que já surpreendeu na eleição passada, sendo o segundo senador eleito pelo estado, trocou de partido recentemente (indo para o mesmo do presidente). Entretanto, nas pesquisas iniciais, pouco temos notado seu nome. Caso seja, de fato, adotado como candidato do Presidente aqui em Minas Gerais, certamente ganhará maior apoio. Então resta saber qual será a posição bolsonarista.
Porém, a disputa de Zema, ao que tudo indica, será mesmo com o ex-prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD). Já oficializado como pré-candidato, Kalil é crítico ao governo federal e, de pronto, já consegue uma parcela de apoio. A grande questão será se ele terá apoio daquele que fará, efetivamente, oposição à Bolsonaro, que é o ex-presidente Lula. O candidato petista está buscando uma frente ampla para conseguir sua vitória e, assim, vem fazendo alianças importantes que repercutem nos estados. Seria o caso, por exemplo, de apoiar um candidato do PSD aqui em Minas para que o PSD em âmbito nacional o apoie. Mas há uma ala petista em Minas que vem relutando o apoio à Kalil, buscando, assim, construir uma alternativa e, quem sabe, num segundo turno, indicar voto ao ex-prefeito. Vale dizer que este conflito não é bom nem para Lula nem para Kalil. Não é à toa que as agendas, esta semana, foram de diálogos entre os partidos.
E por falar em alternativas petistas, temos Saraiva Felipe (PSB), ex-ministro da Saúde, como possibilidade. O PSB, assim, daria uma de suas cartadas pelo fato de ter aceitado fazer parte da candidatura de Lula (com a indicação de Alckmin como vice). Há ainda o nome de Diniz Pinheiro (SOLIDARIEDADE), ex-presidente da ALMG, como alternativa. Uma ala mais ideológica, preferiria apoiar a candidatura da deputada federal Áurea Carolina (PSOL). O PSOL, assim como outros partidos de esquerda, dificilmente desistirá de lança-la ao governo, e o PT não deveria desistir deste diálogo também. Por fim, outros partidos que também tentam emplacar alguns nomes: Miguel Correa (PDT), numa onda movimentada por Ciro Gomes, de lançar candidaturas próprias nos estados; e Marcus Pestana (PSDB), numa tentativa tucana de deixar sua marca em um dos seus principais estados.
Muitos nomes por enquanto. Com o decorrer dos meses, alguns vão se retirando, declarando apoio a outros e simplesmente se ausentando do pleito. De um modo ou de outro, a disputa será acirrada, como sempre foi e muito do que for decidido nas eleições mineiras reverberarão nas eleições nacionais. Vamos acompanhar!

Por Lucas Filipe Toledo (lucasfilipetoledo@yahoo.com.br)

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