Não apaguem as luzes, pois novos ares sopram por aqui

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Há exatos 2 anos, na edição de 12 de junho de 2020 (ed. nº 1507) da Folha Regional, escrevi um texto cujo título era “Último a sair, apague a luz”, sendo um dos primeiros que encaminhei para o periódico, e cujo tema tratava da saída da 55ª Zona Eleitoral de Cabo Verde para Botelhos. Na ocasião, o sentimento era de desânimo, desesperança, para não parecer muito dramático ao dizer luto. Não por um simples fato isolado como este, mas por notar uma ausência de trilha que Cabo Verde pudesse seguir para que nos levasse a algum progresso.
Permita-me a autocitação: “Eu venho com este pensamento há um certo tempo: Cabo Verde parece à deriva, vendo de longe o progresso das cidades vizinhas, se mantendo inerte, quando não dando passos para trás. Poderia listar uma série de exemplos das cidades próximas, com o fomento e incentivo da Gestão Pública local, gerando desenvolvimento econômico e social para o município, atraindo investimentos, proporcionando trabalhos formais, fazendo com que sua população encontre oportunidades locais e não necessite partir para cidades vizinhas “por um futuro melhor”. Exemplos são políticas de incentivo ao pequeno empresário, de capacitação dos jovens, de desenvolvimento industrial. Estimulam a economia, permitem o progresso.”
Na ocasião deste texto de 2020, questionei quanto à importância prática que uma mudança dessas faria ao cidadão, que hoje tem que se preocupar mais com o preço dos alimentos do que o local do cartório eleitoral. A queixa maior estava na “inércia da gestão pública”, que não parecia nem reagir diante disso. Como poderíamos falar de ‘progresso’, ‘desenvolvimento’, num cenário em que olhávamos para às cidades da região e nos tomava uma sensação de que, aos poucos, estávamos desaparecendo?
Surpreso fiquei, na última sexta-feira (10), quando a página da Prefeitura de Cabo Verde publicou um informativo do Prefeito Claudinho trazendo boas novas, de que a 55ª Zona Eleitoral retornaria a ter sede na cidade. Numa espécie de vídeo-agradecimento, o chefe do executivo local fez questão de citar diversos nomes, entre lideranças políticas locais e regionais e também ligados ao judiciário, que de algum modo contribuíram para esta conquista.
Não sei dizer quanto desta notícia é apenas um capítulo de uma novela interminável ou um ponto final para que não caiba discussões sobre o tema num bom período de tempo. Sei que a sensação mudou de 2020 pra cá e que sopram novos ares em Cabo Verde. Não por achismo da minha parte, mas por conversas que tive nesses últimos tempos com pessoas ligadas aos mais diversos setores, que passaram a sentir um ambiente mais próspero e acolhedor.
Algumas das ações tomadas pela Prefeitura de Cabo Verde nestes dois anos (e não estou aqui para fazer nenhuma avaliação de governo), são as geradoras deste sentimento. Empreendedorismo nas grades curriculares; Programa de capacitação profissional (Prepara); melhorias na infraestrutura local; regaste de festividades e tradições. São alguns exemplos que animam, que me fazem acreditar em uma Cabo Verde transformada e pulsante num curto espaço de tempo. Para alguém, como eu, que tento manter uma linha mais crítica às gestões públicas, falta muito e em muitos pontos.
Mas deixarei este meu jeito meio chato de lado, por ora, para dizer que temos um bom trabalho sendo feito por aqui; que sou grato por terem me feito mudar de ideia, voltando a acreditar no nosso enorme potencial; e que fico muito feliz por saber que estão abertos às minhas opiniões. Espero escrever, daqui 2 anos, que seguimos na mesma linha do sucesso. Espero escrever, daqui 20 anos, que fiz parte dessa história.

Por: Lucas Filipe Toledo | lucasfilipetoledo@yahoo.com.br

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