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Em Minas, maior parte da produção é de agricultores familiares
Em primeiro de junho é comemorado o Dia Mundial do Leite. A data foi criada em 2001, pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU, da sigla em inglês), com o objetivo de incentivar o consumo de lácteos. Versátil e com alto valor nutricional, a FAO estima que são consumidas cerca de 580 milhões de toneladas de leite e derivados por ano em todo planeta. Ou seja, o leite é o alimento mais consumido no mundo.
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, com produção anual superior a 34 bilhões de litros, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Por aqui, o consumo médio é de 320 ml por pessoa ao dia. A FAO recomenda a ingestão de 3 porções de lácteos diárias, o que equivale a cerca de 480 ml.
Minas Gerais é o maior estado produtor do país, com cerca de 9,3 bilhões de litros, representando mais de 27% da produção nacional, conforme a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A atividade é desenvolvida em quase todos os 853 municípios mineiros, sendo uma importante fonte de renda para milhares de pessoas, principalmente para os agricultores familiares.
O coordenador de bovinocultura da Emater-MG, Manoel Lúcio Pontes, destaca que cerca 60% desta produção provém da agricultura familiar. Aliás, os agricultores familiares representam 80% dos produtores do Estado.
“A atividade de bovinocultura de leite em Minas Gerais gera 1,2 milhão de empregos diretos e movimenta mais de R$ 21 bilhões em receita. Então, é importante para o estado, para a arrecadação do PIB e para o agronegócio mineiro. É uma atividade que segura os produtores no campo”, reforça.
Mercado
Embora seja uma atividade extremamente prevalente no estado e de grande importância econômica, sofre muito com oscilações de preços.
“O Brasil não é um grande exportador de leite. A maior parte do que é produzido é consumida internamente. E existem dois principais fatores que mais influenciam a formação dos preços: primeiro é o poder aquisitivo do consumidor, quando ele está melhor, o preço do leite pago ao produtor acompanha e fica mais alto também. O segundo fator é o mercado externo. Quando o preço interno do leite está alto, fica mais propensa a entrada de leite de fora, especialmente de países que são grandes exportadores e que produzem com menor custo, como Argentina e Uruguai. Isso força a queda do preço aqui dentro”, explica o coordenador.
Por isso mesmo, a bovinocultura de leite é uma atividade que exige uma gestão eficiente, para ser lucrativa. Neste sentido, Emater-MG desenvolve diversos programas de auxílio aos produtores, que passam pela assistência técnica nas propriedades, o incentivo a melhoria genética do rebanho, recuperação de pastagens, além da agregação de valor, especialmente através da produção de queijos artesanais.
“Produzir queijos é a forma mais tradicional que o produtor tem de agregar valor, especialmente para a grande maioria deles, que são familiares”, pontua.
Assessoria de Comunicação – Emater-MG
Jornalista responsável: Aline Louise