Tristeza enorme no dia 13 de dezembro de 2011, quando Benedito Dino morreu, vítima de infarto, em Muzambinho, aos 83 anos de idade. Seu corpo foi velado no Velório Municipal e seu corpo sepultado no Cemitério de Muzambinho.
O homem que deu o primeiro microfone para Milton Neves soltar sua voz, recebeu do próprio Milton as seguintes considerações:
Senhores, aqui a história de um bom homem; político, eclético, sonhador, católico, eletricista, romântico, religioso, locutor, ator e diretor de teatro e que se tornou uma figura ímpar no sul de Minas Gerais.
Foi também “consertador” de geladeiras, fogões, máquinas de lavar-roupas, e muitos outros eletrodomésticos, seu ganha-pão.
Montou onze serviços de alto-falantes em Muzambinho-MG, todos voltados para angariar fundos para a Igreja São José.
Em um deles, revelou Milton Neves para o rádio e para o microfone qualquer um que estivesse passando pela calçada do “cinema da Irma” para testar o som. Por sorte, Milton Neves estava passando por ali.
Inaugurou em 1967 a primeira rádio da cidade, a extinta e saudosa Continental, ao lado dos amigos também sonhadores William Paes Lemos, Paulo Ferreira de Carvalho e do saudoso José Antonio de Araújo, irmão do médio-volante local Carlinhos “Murilo” (ele é fanático flamenguista e hoje vive em Campinas-SP, aposentado pela Petrobras) ou “Carlinhos “Boca-de-Véia.
José Antonio colocou o nome “Continental” na rádio por ter trabalhado por vários meses na Rádio Continental do Rio de Janeiro, como locutor excelente que era.
Benedito foi vereador, sempre adorou política e, como cuidava do som dos comícios, ficou “próximo” de nomes históricos como Getúlio Vargas (que inaugurou a Escola Federal Agrotécnica, em 1953), Bias Fortes, Juscelino Kubitschek, Benedito Valadares e até de Tancredo Neves, conforme as únicas fotos políticas recuperadas pelo nosso Portal de Memória.
Benedito Dino foi casado com dona Teresa desde 1951 e teve quatro filhos: o professor Edson, Romualdo (aposentado do Banco do Brasil), Francisco Dino Neto (dentista radicado em Santa Catarina) e Abraham Lincoln, falecido em Poços de Caldas-MG em 2008, vítima de câncer com apenas 45 anos.
“Linquinho”, o primeiro operador de som de Milton Neves na Rádio Continental, em 1967, era funcionário do Banco do Brasil e deixou esposa e duas filhas.
Benedito Dino foi também “diretor de teatro a céu aberto” na zona rural e pelas ruas da cidade, confrme se verifica em seu enorme acervo de fotos.
E foram sempre encenações com motivos religiosos, natalinos e envolvendo sua maior paixão: o Império Romano! (tanto que se “fantasiava” até de soldado romano, como pode-se ver em sua galeria de fotos).
Não bastasse o talento artístico, Dito Dino também foi inventor.
Pelos idos de 1948, provavelmente após ter lido na mitologia grega a história de Dédalo, que construiu asas para que seu filho Ícaro voasse da Ilha de Creta, resolveu construir asas para sobrevoar Muzambinho e chegar em Guaxupé…
Munido de canos de zinco, arame, madeira e panos, foi o precursor das “asas deltas”.
Assim que o protótipo ficou pronto, após suadas horas de trabalho, tomou um “galeio” e em desabalada corrida saltou do “Chico Pedro”, um barranco de três metros de altura.
Caiu em um matagal, no meio de “arranha gato” e “assa-peixe”. A história, verdadeiríssima, virou uma espécie de lenda na cidade, mas Benedito Dito se orgulhava e garantia:
“Eu sou o inventor da asa delta”.
Grande Benedito Dino, o homem que me abriu as portas da comunicação!
Deus te pague, Dito Dino!
Mais fotos: https://terceirotempo.uol.com.br/noticias/a-historia-de-benedito-dino-heroi-de-muzambinho
fonte: Terceiro Tempo