Maria Auxiliadora vive no bairro Moçambo, na zona rural de Muzambinho, e há duas décadas tece com talento e dedicação. Agora, com o apoio da filha Vanessa e da Associação da Agricultura Familiar, ela se prepara para também participar de eventos que ajudam a promover a mulheres empreendedoras rurais.
Na calmaria do seu galpão , instalado no bairro rural o som cadenciado dos fios deslizando no tear acompanha a rotina de Maria Auxiliadora há mais de 20 anos. Com mãos firmes e coração sereno, ela transformou o ofício tradicional da tecelagem em sustento, cultura e orgulho. Em sua pequena oficina artesanal, fios de algodão se tornam tapetes, mantas e panos que carregam história e identidade.
O tear, para ela, sempre foi mais do que uma ferramenta: é uma extensão da memória familiar e da resiliência das mulheres do campo. Mas foi através da filha, produtora de hortaliças que já participa do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal, que um novo caminho começou a se abrir.
“A Vanessa tem contato com a associação e fiquei curiosa para saber como poderia participar também e o que ajudaria na hora de comercializar as peças. O tear manual chegou em Muzambinho pelas mãos do frei Francisco Duarte e de lá pra cá, já ensinei muita gente a fiar. Hoje muita coisa é comercializada pela internet, mas com a visita fiquei sabendo que posso ir além, eu já estive em Belo Horizonte numa feira da agricultura familiar e quero voltar” conta.
Com a curiosidade aguçada e a esperança de ampliar seu trabalho, Maria Auxiliadora recebeu recentemente a visita de representantes da Associação da Agricultura Familiar de Muzambinho. Edna Marcon, explica “a proposta é inovadora: entender como a produção artesanal pode também fazer parte das linhas de financiamento de apoio institucionais voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar e economia solidária” explica.
