Muzambinho, 20 de setembro de 2024

Cafeicultores do Sul de Minas temem massa de ar frio que chega esta semana

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Com perdas já acumuladas desde a geada da semana passada, setor não está otimista com safra 2022/23

 

A notícia de que uma massa de ar frio pode provocar até neve em algumas regiões do país, entre elas o Sul de Minas Gerais, deixou cafeicultores mais preocupados do que já estavam. A massa de ar polar que deve chegar ao Brasil entre terça (27/7) e quarta-feira (28/7) deve trazer temperaturas abaixo de 0ºC em várias cidades do Sul, Sudeste e até Centro-Oeste.

Após a geada da semana passada, que destruiu plantações, agora há o temor de que a safra para o ano que vem seja comprometida de vez. Produções em pelo menos 300 municípios cafeeiros do Sul de Minas e Triângulo Mineiro já foram afetadas.
 
Ainda não há uma estimativa real, até porque a “super frente fria” ainda não chegou, mas as baixas temperaturas deste inverno já podem ter causado, segundo levantamento dos próprios cafeicultores, perda de 3,2 milhões de sacas de café – o que representaria uma quebra de aproximadamente 10% da quantidade produzida em 2020, por exemplo.
 
Segundo os meteorologistas, Minas não deverá ter neve, mas certamente terá novas geadas, especialmente no Sul, Triângulo e Alto Paranaíba.

Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil, com uma produção de que atingiu 34,6 milhões de sacas em 2020, representando 54% de toda a produção nacional.
 
Além disso, o café representa 39% das exportações do agronegócio do Estado, com US$ 2,24 bilhões de receita e 12,5 milhões de sacas embarcadas.

Estragos em cadeia
 
Fernando Barbosa, agricultor de São Pedro da União, município próximo à Guaxupé, ainda contabiliza o prejuízo que sofreu com o frio da semana passada – em 20 de julho, a temperatura chegou a 0ºC e houve geada.
 
A perda chega em torno de 30%. O plantio, que era novo, está comprometido para o ano que vem. Outros produtores chegaram a perder 80% da cultura.
 
“Temos que ver o impacto como um todo. Afinal de contas, o café não é um grão, mas sim uma cadeia produtiva: quando ocorre um problema, todos os participantes desta cadeia sofrem”, disse.
 
Por esta razão, Barbosa defende que todos os cafeicultores devem se unir e cobrar por uma facilitação maior aos auxílios para os produtores, e também que as ajudas das esferas estadual e federal cheguem de fato aos agricultores.
 
“Na sexta-feira passada (23/7), fizemos uma reunião em Alfenas para mostrar às autoridades, incluindo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, qual foi o real impacto das geadas na nossa região”, afirmou.

 
Ana Valentini, secretária de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a ministra, e técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) sobrevoaram as áreas mais afetadas.
 
O governo estadual se comprometeu a fazer um levantamento em cada lavoura atingida.
 
“Vamos sentar com as cooperativas e com os bancos. O Ministério da Agricultura tem o Funcafé, que é um dinheiro da cafeicultura. Com essa perda avaliada, vamos ver como podemos ajudar os produtores, principalmente os pequenos, que são os que têm menos recursos para se reerguer”, afirmou a ministra.

 

(Fonte: Estado de Minas)

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