Carnaval injeta R$ 1 bi na economia e garante oportunidades de emprego e renda aos mineiros

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Setores como hoteleiro, comércio e serviços preveem expansão da ocupação e vendas; autônomos projetam ganhos superiores a 500% durante a festa de Momo

A agitação do pré-Carnaval no último final de semana já deu o tom do que promete ser a maior folia dos últimos anos em Minas Gerais a partir deste sábado (18/2), quando são esperados cerca de 10 milhões de foliões em todo o estado. Depois de dois anos de isolamento devido à pandemia de covid e de muita ansiedade, a festa de Momo movimenta e impulsiona os setores de eventos, serviços, hotéis, bares, restaurantes e até mesmo a economia informal, segmentos que estão investindo e apostam na expansão das vendas, lucros maiores e mais oportunidades de emprego e renda.

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) prevê a injeção de R$ 1 bilhão na economia mineira e geração de 9 mil postos de trabalho só na capital. Alguns autônomos já projetam também ganhos superiores a 500% em relação a um simples final de semana.

É o caso de Carmo Francisco Conrado Júnior, o Conrado, dono de um food truck, que teve que se reinventar na pandemia e se adaptar ao mercado de delivery de uma grande rede do comércio on-line para não ficar sem a renda mensal. “O pessoal está entusiasmado e carente de festas. Minha expectativa é de aumentar bastante as vendas e faturar entre R$ 18 mil e R$ 20 mil nos quatro dias do Carnaval”, aposta. Em um final de semana com evento, ele chega a faturar cerca de R$ 3 mil com a comercialização de hot-dog, hambúrguer, tropeiro, macarrão na chapa e batatinha em cone. No último final de semana, Conrado já percebeu no caixa o potencial do Carnaval deste ano nas festas em cidades vizinhas a BH, como Pedro Leopoldo, Confins, Vespasiano e Divinópolis.

 

Apresentações de música

“O povo está de volta às ruas e sedento de farra. Em 2021, não tivemos absolutamente nada. Em 2022, o Carnaval de rua não aconteceu e tivemos poucos eventos privados. Mas neste ano, está todo mundo de volta, animado, e com a expectativa de que o Carnaval volte maior do que era”, afirma o percussionista Luiz Cristhovam Cesário Ladeira, o Totove Ladeira, que toca nos grupos Zé da Guiomar e Trem das Onze e aposta nos serviços de freelancer para aumentar a renda nesta época do ano. “No Carnaval, vou tocar de todo jeito, com o meu grupo e como freelancer também. O que faturo durante a festa, normalmente é o que eu ganho em um mês inteiro”, conta.

Nos quatro dias da festa carnavalesca, Totove Ladeira vai fazer seis apresentações. “Para a economia do estado e do município, o Carnaval é de suma importância, ainda mais com a magnitude que ganhou. É uma oportunidade para todos. Os setores cultural e de eventos envolvem muitos outros segmentos na cadeia que faz girar essa roda da economia”, salienta.

 

Venda de abadás

Fernanda Costa Souza, que mora no bairro Ipê, em BH, aproveitou a conta que tem no Instagram, que criou recentemente para a venda de abadás para o show de um dos maiores ícones do mundo sertanejo, para garantir também um ganho extra. Com a comercialização de fantasias em geral, brincos, plaquinhas, arquinhos, pulseiras, brilhos, pochetes e vários outros apetrechos, conseguiu mais que triplicar as vendas na última semana, com o faturamento saltando de R$ 300 para R$ 1 mil.

“Nunca mexi com isso, é a primeira vez. O que eu não conseguir vender até sábado (18/2), vou vender nos bloquinhos de Carnaval, na rua mesmo. O povo está animado, ficou muito tempo sem festa. Minhas vendas estão crescendo a cada dia”, conta Fernanda Costa, que também faz customização de abadás e já planeja o lançamento de novos produtos para injetar no mercado para garantir mensalmente um ganho extra.

 

Otimismo

Levantamento recente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que o Carnaval deste ano deve movimentar, em todo o Brasil, R$ 8,18 bilhões em receitas, uma expansão de 26,9% em relação a igual período do ano passado. A pesquisa mostra que três segmentos devem girar 85% dessa receita: bares e restaurantes, com movimentação esperada de R$ 3,63 bilhões, transporte de passageiro (R$ 2,35 bilhões) e serviços de hotelaria e hospedagem (R$ 890 milhões). O restante ficou com empresas de lazer, cultura e outros segmentos, como aluguel de veículos e agências de viagens.

“A expectativa é bastante positiva tanto para os comerciantes como para o setor hoteleiro. Temos dois anos de demanda reprimida e as pessoas estão ansiosas para curtir a festa. Este retorno vai estimular o consumo em bares, restaurantes, lojas de fantasias, aviamentos, maquiagens”, avalia o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Marcelo de Souza e Silva, que prevê a injeção de R$ 1 bilhão na economia mineira, sendo R$ 700 milhões em BH.

“Esses valores, com certeza, vão aquecer a economia, gerar mais emprego e melhorar a renda das famílias. Há uma expectativa positiva também de geração de empregos no interior do estado. Temos certeza que a festa vai trazer fôlego para a economia, gerar renda e postos de trabalho”, prevê Silva.

Estudo da CDL revelou que 75% dos comerciantes, prestadores de serviços e da rede hoteleira estão otimistas com a festa de Momo e o impacto positivo que a evento pode trazer para a economia. O levantamento mostrou também que 54% dos comerciantes da capital esperam boas vendas no período do Carnaval.

 

Bares e restaurantes

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) projeta uma expansão de 20% nas vendas do setor em Minas Gerais para este ano. “Nossa expectativa é de geração de 9.200 empregos diretos e indiretos. Devido à sucessão de eventos ocorridos no fim de 2022, como a Copa do Mundo e as festas de Natal e Réveillon, muitos empresários já reforçaram a equipe e optaram por manter o pessoal, já de olho no Carnaval”, conta Karla Rocha, conselheira da Abrasel em Minas.

“A expectativa é a mais positiva possível. Muitos turistas estão procurando as cidades como destinos do interior. É um evento que move toda uma cadeia de profissionais, desde ambulantes, passando por nós, donos de bares e restaurantes, até o setor de eventos, que também fatura com as festas privadas. É uma festa extremamente importante para a nossa economia e geração de renda”, salienta Karla, que lembra também a importância da adoção dos protocolos sanitários para evitar a propagação da covid durante o período do Carnaval.

De olho neste filão, o empresário Mateus Hermeto, sócio da Barolio, uma pizzaria de culinária napolitana no Vila da Serra, em Nova Lima, resolveu investir também em Belo Horizonte. No último sábado inaugurou o espaço Folia da Pizza, na rua Tomé de Souza, esquina com Rio Grande do Norte, com investimento de R$ 50 mil e geração de mais 20 oportunidades de emprego.

“A expectativa é bastante elevada, dado que o Carnaval de BH promete ser o segundo maior do Brasil, recebendo só aqui  5 milhões de foliões. E a gente está na Savassi, local que costuma atrair bastante pessoas. A expectativa é que seja um evento bacana, com bandas, movimento e muita alegria e pizza para todos”, disse. Após o Carnaval, o espaço entrará em obras e reabrirá em maio como uma nova unidade do Barolio.

 

Hotéis

O setor hoteleiro em Minas também aposta em uma expansão durante a festa de Momo. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (ABIH/MG), a expectativa é de crescimento de 10% na taxa de ocupação dos estabelecimentos neste ano em relação a 2022. No ano passado, a ocupação no setor alcançou a casa dos 70% e a projeção para este ano é chegar aos 80%.

 

(AGÊNCIA MINAS)

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