Colônia Sírio Libanesa foi homenageada na Câmara de Guaxupé

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Na última segunda-feira, 28 de novembro a Câmara Municipal aprovou a denominação de mais 32 vias públicas. Destas, 20 homenageiam descendentes de sírios libaneses e ou seus cônjuges.
Como se sabe, Guaxupé tem uma enorme e impagável dívida de gratidão para com a colônia sírio libanesa.
A chegada de imigrantes sírios libaneses no que hoje constitui o município de Guaxupé iniciou-se nos primeiros anos da década de 1890, acentuando-se na primeira década do século XX, mais precisamente a partir de 15 de maio de 1904, com a chegada dos trilhos da estrada de ferro. A fixação do imigrante sírio libanês estava intimamente ligada a uma estação ferroviária, principalmente uma “ponta de linha”, como foi o caso de Guaxupé, em 1904.
Quando aqui aportavam, os imigrantes sírios libaneses iniciavam a sua atividade profissional como mascates. Nesta atividade foram perseguidos, porém a força de vontade num trabalho honesto, e de extrema importância, fez com que as dificuldades fossem superadas.
Naquelas décadas as fazendas já se encontravam colonizadas principalmente por imigrantes italianos, uma gente que suportava com facilidade o trabalho pesado nas lavouras de café. A cada mil pés de café que o colono italiano conduzia ao longo do ano agrícola ele recebia uma determinada área para plantar o que quisesse, ficando para si os produtos colhidos.
O italiano só conseguia permanecer na zona rural graças aos mascates sírios que os abasteciam num verdadeiro escambo. Os mascates adquiriam o que os colonos tinham de sobra do gasto e forneciam-lhes tecidos, calçados, utensílios domésticos, uns poucos medicamentos, entre outros produtos.
À medida em que iam progredindo, eles deixavam a atividade de mercadores ambulantes para se estabelecerem com pequenas casas comerciais nas entradas das cidades, até chegarem no centro, com as melhores casas comerciais de então.
Guaxupé e a cafeicultura brasileira passaram por duas grandes crises econômicas, uma em 1896 e a outra em 1929, sendo esta última a pior delas. Em 1929, muitos filhos de fazendeiros estavam estudando em grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro. Arruinados financeiramente, os fazendeiros não tinham como bancar o estudo dos filhos, porém a confiança e a generosidade dos comerciantes sírios libaneses foram de fundamental importância para que os jovens pudessem prosseguir nos estudos.
Os comerciantes locais ajustavam com os patrícios dos grandes centros para que estes fossem disponibilizando as quantias necessárias para que os meninos pudessem permanecer nos estudos, se responsabilizando com as despesas. Posteriormente, ao longo de anos, os fazendeiros iam entregando parte da produção aos comerciantes locais que haviam financiado o estudo de seus filhos junto aos comerciantes dos grandes centros.
A influência da colônia síria em Guaxupé foi tão grande motivando a construção da segunda igreja Católica Apostólica Ortodoxa do Brasil, a partir de 1906, através da “Sociedade Syria do Soccorro Mútuo”, fundada em 1904, em terreno adquirido de José Braide.
Também foi dos sírios a iniciativa da implantação das primeiras agências de veículos, de postos de venda de combustíveis, de eletrodomésticos, entre outros.
Nas palavras do pesquisador e historiador Wilson Ferraz, “Guaxupé só sobreviveu as crises de 1896 e a de 1929 graças à colônia sírio libanesa, que perdeu parte do seu capital de giro e ainda deu crédito, custeando os fazendeiros e seus empregados”.
Sete descendentes de imigrantes sírios libaneses também administraram o município: os irmãos, doutores, José e Benedito Felipe da Silva, Wady Sabbag, Felipe Nery Monteiro da Silva, Antônio Felipe Zeitune, Abrão Calil Filho e Jarbas Corrêa Filho.

DESCENDENTES DE SÍRIOS HOMENAGEADOS – Foram homenageados com a denominação de vias públicas: o Dr. Benedito Felipe da Silva e sua esposa, Maria Gabriela Monteiro da Silva; Norma Carmem Felipe da Silva, casada que foi com o Dr. José Felipe da Silva, e seu filho Flávio Felipe da Silva; os irmãos Isabel Silva de Sá, que foi casada com o Comendador Sebastião de Sá, e o Dr. Sebastião Felipe da Silva; José Elias Uassuf e sua filha Maria Helena Benincasa; Jorge Batista Correa e sua esposa, Júlia Silva Corrêa, e a filha de ambos, Adélia Correa; Abdo Salomão e sua esposa, Nair Abrão Salomão; Wanda Prósperi Gabriel, casada que foi com o Dr. João Gabriel Isaac; Moacir Elias, Márcio Vicente Elias, Catarina Abrão Elias, Nasta Salomão Abrão, mãe de Miguel Abrão e do Jorgão da Ipanema Modas; Otávia Abrão Ayub, e Paulo César Salomão.

OUTROS HOMENAGEADOS – Além dos 20 descendentes de sírios, mais 12 pessoas foram homenageadas com nome de vias públicas: Luiz Fávero, Abílio José Pallos, Professor Moacir Costa Ferreira, Inácio Mariano dos Santos, Eugenio Vergili, Dilce Mattos Ferreira, Professora Wanda Madeira de Sá, Maria Isabel de Lima Bastos, Matias Moreno, Expedito Ribeiro de Souza, Francisco Cândido Bastos, Joel de Sá.

(COLABOROU: WILSON FERRAZ)

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