A força do café arábica no cenário internacional foi o tema da entrevista do presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, ao programa Edição de Sábado, da Rádio Rural FM – Muzambinho, apresentado há 30 anos pelo jornalista Vagner Alves nas manhãs de sábado (11hs – 13hs).
Com mais de 20 mil famílias cooperadas, a Cooxupé é a maior cooperativa de café do mundo, recebendo produto de cerca de 300 municípios no Sul de Minas, na média mogiana paulista e em regiões de Minas Gerais. 97% de sua base produtiva vem da agricultura familiar. Em 2024, a cooperativa registrou faturamento de R$ 10,7 bilhões, alta de 67% em relação ao ano anterior e distribuiu R$ 134 milhões em sobras aos cooperados.
DESAFIOS E NOVOS MERCADOS – Carlos Augusto destacou que a liderança no setor exige atenção constante a questões geopolíticas e comerciais. Ele citou as sanções aplicadas pelos Estados Unidos ao café brasileiro e a necessidade de diversificação de mercados. Entre os destinos estratégicos, estão países asiáticos, o mundo árabe e a Índia, além da manutenção e ampliação de espaço nos mercados já consolidados. Atualmente mais de 150 países compram cafés da Cooxupé.
Segundo ele, iniciativas como o Coffee Party Prima Qualità, evento exclusivo voltado a experiências sensoriais e ao consumo de cafés especiais no universo jovem, são parte de uma estratégia de aproximação com novos perfis de consumidores, conectando o produto ao estilo de vida contemporâneo.
EXPANSÃO E ESTRUTURA EM MUZAMBINHO- A cooperativa anunciou também a compra, através de leilão, do armazém dos Irmãos Moreira, em Muzambinho, próximo a rodovia 146, ao lado da Pavidez.
A noticia já havia sido divulgada por nossa reportagem através do diretor de Agricultura de Muzambinho, Luis Carlos Dias. Ele é conterrâneo e amigo pessoal de Carlos Augusto.
A aquisição ainda depende da regularização documental e de um processo de modernização para atender ao padrão de operação da Cooxupé, mas praticamente o negócio está consolidado. O novo espaço deverá facilitar a logística e oferecer mais comodidade aos cafeicultores do município já para a safra de 2026.
DIÁLOGO NO CAMPO – Carlos Augusto também comentou o encontro promovido pelo Superintendente Regional do Ministério do Trabalho em Minas Gerais, Carlos Calazans, que reuniu, de forma inédita, representantes de produtores e trabalhadores rurais na sede da cooperativa no inicio deste mês. O objetivo foi iniciar a construção de uma Convenção Coletiva do Trabalho para o setor cafeeiro no Sul de Minas.
A reunião resultou na criação de uma comissão com representantes da Contar, Fetaemg, Assul e Faemg. A meta é elaborar um documento que represente todos os elos da cadeia produtiva, garantindo melhores condições de trabalho e segurança jurídica aos produtores.
INVESTIMENTOS SOCIAIS – Em 2025, a Cooxupé destinou R$ 2,7 milhões a hospitais de mais de 70 municípios onde atua. Desde o início dessas iniciativas, a cooperativa já destinou R$ 11,2 milhões em doações a hospitais municipais e instituições oncológicas. Para os hospitais, a distribuição dos recursos considera a quantidade de café entregue pelos cooperados. Já para as instituições voltadas ao tratamento de câncer, a seleção leva em conta o número de produtores associados e das filiais correspondentes.
“É uma ação solidária que reconhece a grande importância desses hospitais e o trabalho essencial que realizam em prol da saúde da população. Todas as doações são aprovadas pelo nosso Conselho de Administração e feitas com muita gratidão pelo que essas instituições oferecem à sociedade. A distribuição dos valores são proporcionais a entrega dos cafeicultores do município. Aqui em Muzambinho recebemos em torno de 70 mil sacas e a Santa Casa recebeu um valor em torno de R$ 14 mil reais. É uma ação solidária que reconhece a grande importância desses hospitais e o trabalho essencial que realizam em prol da saúde da população. Todas as doações são feitas com muita gratidão pelo que essas instituições oferecem à sociedade”, completou Carlos Augusto.
Ao encerrar, parabenizou o jornal A Folha Regional pelos 35 anos e o programa Edição de Sábado (30 anos) pela relevância para a cafeicultura.