“A cultura é dimensão constitutiva da existência humana.” – José Ortega
Marcante “duelo retórico” ocorreu no auge do nazismo. Intelectuais europeus lançaram manifesto condenando as atrocidades dos adeptos da suástica, exaltando os valores da cultura humanística. Hermann Göring, segundo na hierarquia hitlerista, reagiu furiosamente: “Toda vez que ouço alguém falar de cultura, saco logo meu revólver!” Louis Pauwels, notável pensador francês, coautor do “Despertar dos Mágicos” replicou magistralmente: “Toda vez que ouço alguém falando em revólver, saco logo minha cultura!”
A História está repleta de situações perturbadoras, nascidas do obscurantismo, do ódio e do preconceito, que desafiam abertamente a inteligência e os valores do espírito. Quantas vezes, no percurso existencial, as pessoas que lidam com a palavra, a ciência e a arte, diante de graves lesões à dignidade causadas por mórbidos negativismos, se veem compelidas a “sacar” de sua cultura? A cultura reflete o sentimento de uma nação, os anseios generosos de uma comunidade e identifica a disposição de luta do povo na busca ardente do desenvolvimento na construção civilizatória. Confere força ao ideal ecumênico e propaga a confraternização universal. Conecta o homem com seus semelhantes, com o Universo e a Divindade.
O Instituto Brasileiro de Cultura Internacional, seção MG, tem plena consciência da missão que lhe cabe desempenhar em seu âmbito de atuação. Sabe-se guardião de valores culturais inalienáveis, depositário fiel de saberes acumulados de seus preclaros integrantes.
Colaboradores da Inbrascimg, liderados pela incansável agente cultural, a estimada escritora e artista Nilze Monteiro, participaram da Antologia I – Contos e Crônicas, lançada em 2021. Reunindo trabalhos de fina lavra, a publicação alcançou plenamente os resultados almejados. Conquistou louvores dentro e fora do país, sendo vista em Paris, Nova York, Lisboa, BH, Rio e São Paulo.
A Antologia II – Palavras que Encantam, recém-saída do forno, concebida na mesma linha conceitual da obra anterior. Dentro de uma perspectiva mais abrangente, estampa visões de mundo e flagrantes de vida de autores pertencentes a correntes literárias variadas. A leitura das colaborações alinhadas robustece a certeza de que a coletânea atinge o objetivo de preservar e enriquecer a memória literária, conforme estipula a carta constitutiva da Inbrascimg.
O magnífico Carlos Drummond de Andrade, uma das vozes brasileiras mais representativas da poética universal, disse, certa feita, que “Ninguém sabe Minas.” Aduziu: “O mineiro sabe, mas não conta.” Na Antologia II, autores mineiros contam um pouco do que sabem. O restante fica para outras ocasiões…
A propósito o lançamento da Antologia II em BH ocorrerá no sábado, dia 2 de agosto, 15 horas, na sede da AMUMIG, Rua Agripa Vasconcelos, 80, Alto das Mangabeiras.
*Cesar Vanucci – cantonius1@yahoo.com.br