Declarações oportunas e lúcidas

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“As instituições estão sob ataque, mas são fortes”. (Josué Christiano Gomes da Silva, presidente da FIESP)

Em sua primeira coletiva de imprensa após assumir a presidência da FIESP, o Empresário Josué Christiano Gomes da Silva, com pleno conhecimento de causa, firme convicção democrática e sensibilidade social, teceu considerações bastante lúcidas sobre a conjuntura brasileira com foco em situações momentosas e personagens de realce na cena pública. As declarações foram recebidas com simpatia por lideranças, representativas da inteligência nacional. O dirigente da FIESP enfatizou que não existem riscos para o país por conta do resultado das eleições presidenciais deste ano. Assim disse: “Qualquer temor deveria deixar de existir. (…) O país não vai acabar nem retroceder, independentemente de quem ganhe. O Brasil não precisa temer quem quer que ganhe a eleição.” Estas palavras responderam a questionamento sobre eventuais riscos de fuga de capital em caso de vitória de um candidato ligado à oposição petista. O líder empresarial acrescentou: “O país pode continuar de maneira mais rápida e mais célere, dando dignidade a seu povo, ou não, mas não vai acabar. As instituições no Brasil são fortes. Estão sob ataque constantemente, mas são fortes”.

 

Noutro momento, Josué salientou “que a urna eletrônica é confiável”. Contraditou, visto está, a posição do presidente Jair Bolsonaro, que, em diferentes ocasiões, vem criticando de forma acerba a confiabilidade do voto eletrônico. Segundo o dirigente classista, na atualidade não existe consenso no setor privado sobre qual projeto de reforma tributária deve ser aprovado, prometendo, no que estiver ao seu alcance, envidar todos os esforços no sentido de defender a simplificação do processo de tributação e a redução da carga tributária para a indústria de transformação. Afiançou, também, discordar de concessões de subsídios verticais a setores da economia, salvo em situações de segmentos industriais inovadores e por período de tempo definido. A redução de carga tributária na indústria, aduziu, não pode acarretar aumento de impostos em outros segmentos, como o agronegócio e os serviços.

 

Josué pontuou ainda que, com o concurso de especialista de alto nível, a FIESP vem trabalhando a hipótese de se estabelecer um consenso em torno da almejada reforma tributária. Já no tocante à reforma administrativa, acentuou que “ela não  caminha porque o governo não quer”.

 

O presidente da FIESP declarou-se apartidário do ponto de vista político, a uma pergunta sobre suas ligações com o ex-presidente Lula, de quem seu pai, José Alencar, foi vice-presidente. “Não tenho partido político e nem posição política. Minha posição política é a indústria”, ressaltou. Informou, haver se desligado do PL em dezembro passado, antes de assumir o cargo. Foi um gesto para reforçar o compromisso com a entidade empresarial. “Não vou ser próximo a nenhum governo, mas não vou me negar a discutir com nenhum governo”, garantiu.

 

 Registrou ainda: “O governo (Lula) deve ter acertado mais do que errado, dada a aprovação que teve”. Sobre a atuação do governo, comentou que o primeiro governo de Jair Bolsonaro deve passar para a história como uma gestão que atacou instituições. “Provavelmente a nota histórica (sobre o governo Bolsonaro) vai ser de um governo que produziu muitos ataques às instituições, às vacinas, à Anvisa, à urna eletrônica, ao TSE, à imprensa, aos jornalistas. Eu torço para que ele faça diferente caso se reeleja.”

 

Mostrando-se preocupado com a candente questão social, e a retomada do desenvolvimento, Josué reportou-se a uma cena triste do cotidiano das grandes cidades: “Meu escritório é aqui perto da FIESP. Venho a pé e vejo famílias morando na rua da cidade mais rica do Estado mais rico, em plena Avenida Paulista. Não podemos achar que isso é normal”.

 

Josué exprimiu, com certeza, o sentimento dominante na sociedade.

 

Cesar Vanucci – Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

 

 

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