EDNA SOTERO E MARIA JULIA: Produtoras apostaram na educação para melhorar a gestão na cafeicultura

Share on facebook
Facebook
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on email
Email
Share on print
IMPRIMIR
Share on facebook
Share on whatsapp
Share on email
Share on print

 

Em Muzambinho, as mulheres assumem cada vez mais um papel de destaque na cafeicultura e começam a buscar também os benefícios de programas de apoio à agricultura familiar.

 

 

SOTERO – Este é o caso da técnica em enfermagem Edna Sotero, “quando vim morar na área rural eu não entendia nada de café, casei com o Paulo e viemos e o amor que eu tenho pelo meu esposo também envolve o meu afeto pelo café”, revela.
Iniciativas em busca do conhecimento levaram Edna a fazer cursos, estudar e procurar entender como é a dinâmica da rotina das lavouras. Foi o que mudou a vida da família Sotero. “Eu amo o café, além da lavoura e da lida no terreiro descobri a magia dos fermentados e a importância de comercializar os microlotes vencedores dos concursos”, disse.
Edna é dessas mulheres simples que tem a sabedoria no olhar, mostram com firmeza onde desejam chegar. “Temos talhões diferentes, nossa propriedade tem uma localização especial. Temos lavouras em Muzambinho, Monte Belo e Cabo Verde, assim podemos participar dos concursos nos três municípios e representar os três no concurso estadual de cafés. Temos conseguido bons resultados e como os concursos mostram aos compradores as bebidas exóticas que temos podemos negociar de uma forma mais tranquila”, conta a cafeicultora que aprendeu a valorizar cada um dos grãos que produz.
“Aqui somos da agricultura familiar, eu, meu marido e os dois filhos trabalhamos em diferentes funções. Mas uma coisa é fundamental, as horas que dedicamos a buscar mais conhecimento. Meus filhos estão estudando e precisam se dedicar com disciplina na busca por informações, assim também como eu e o Paulo. Foi o conhecimento, a ciência que nos possibilitaram as melhorias que temos na propriedade”, revelou.
“Ser disciplinado e constante faz muita diferença, somos pequenos, mas conseguimos um resultado que nunca imaginamos quando começamos nossa história no café”, disse.

 

SANTA RITA – Em outro bairro de Muzambinho está a Fazenda Santa Rita das Paineiras, onde uma cafeicultora determinada tem outra história contagiante. Maria Julia recebe a reportagem com o chapéu nas mãos “vamos pra lavoura que hoje é dia de ver as plantas novas”, convida.
Ela renovou parte das lavouras que já estava com a produção abaixo do esperado. “Nessa área a lavoura era antiga e ficava difícil o uso do maquinário. Como a mão de obra está cada vez mais escassa e cara, a mecanização é um caminho sem volta”, revela a produtora de café.
“Quando eu comecei com o café, minhas duas filhas eram bem pequenas, agora já estão formadas o que torna meu trabalho mais tranquilo com relação a maternidade. A rotina rural para a mãe dói, pois você tem que fazer o tempo se multiplicar para poder atender a demanda dos filhos, da casa, da lavoura e ainda conseguir tempo para cuidar da gente”, ensina.
“Fui em busca de cursos e aprimorei o que eu sabia, aprender a torrar e a beber o café que produzo, foi uma das mais incríveis experiências. Agora sei qual o melhor ponto da torra para que fique em evidencias as qualidades dos grãos. Sei também que para cada tipo de comprador tem uma torra especifica e isso fora o tempo que dediquei a estudar que me ensinou”.
“A mecanização, o uso da tecnologia e a parceria com empresas e profissionais que agregam e somam ao nosso processo de produzir café com sustentabilidade foi o caminho que encontramos. Investi em energia solar e quero trazer os estudantes da escola rural do bairro, filhos de cafeicultores para dias de aprendizado aqui na propriedade”, conta falando dos planos e projetos.
É preciso passar para as novas gerações de administradores como a vida e a lida no campo é uma opção profissional. “Por muito tempo ensinamos que era preciso deixar a roça pra ganhar a vida, agora a situação inverteu. A sucessão familiar precisa ser incentivada, e preciso mostrar que é bom ser cafeicultor, claro que tem dificuldade, qual profissão não tem. Mas estude, trabalhe, seja disciplinado que o resultado chega”, conta.
(COLABOROU: VALÉRIA VILELA)

Notícias Recentes