O outono de 2024 começou com as chuvas das “goiabas”, como é conhecida popularmente entre a população rural essa estação do ano. A região registrou chuvas volumosas e temperaturas amenas nos últimos dias.
Uma chuva constante durou 12 horas no último dia 22/03 (sexta-feira). “A chuva começou a cair ao meio dia e não parou até a meia noite”, relata um morador da área rural de Juruaia.
A represa da estancia turística Recando do Zé Dé rompeu e não houve como salvar os peixes, revela um morador vizinho que foi ao local. O cenário foi de lama e peixes tentando sobrevir em meio ao barro. Sem vítimas, mas com grande prejuízo. Para o proprietário “hora de arregaçar as mangas e trabalhar, a natureza tem suas leis. Estamos aqui há mais de 30 anos e vamos passar por esse momento também”, relatou José Maria Granato.
Amigos e vizinhos estiveram no local para ajudar na limpeza para que o estabelecimento comercial tivesse condições de atender aos clientes.
Em Nova Resende, Muzambinho, Monte Belo, Cabo Verde, Guaxupé e Guaranésia, os grupos de produtores rurais registraram inúmeras situações em que as estradas rurais ficaram sem condições se transitar. Para uma produtora rural que não quis se identificar, “aqui não conseguimos sair nem andando, o barro tomou conta de tudo. Eu precisava ira ao médico na cidade, mas só vai ser possível quando o sol voltar e secar um pouco”, conta a moradora do bairro Brumado, relato que mostra bem as dificuldades dos moradores da área rural da região.
Em outro município, o cafeicultor Paulo precisou ir a cidade para resolver questões financeiras e não conseguiu. “Como uma Kombi do transporte escolar encravou na estrada e foi preciso um trator para ajudar, o local não dá para passar nem com moto”, contou por telefone, o morador do bairro de Jandira em Nova Resende.
Na área urbana, a situação não é diferente, com uma rede que não comporta o volume de águas e os pontos de alagamento cresceram nas cidades da AMOG e mesmo com equipes tentando amenizar a situação, as prefeituras não estão conseguindo atender o aumento das demandas.
Em outras regiões do estado, a situação ficou mais grave. O governo federal reconheceu a situação de emergência no município de Cássia, no Sul de Minas Gerais, em decorrência das fortes chuvas. Segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, o estado contabiliza outros cinco óbitos: um em Pedralva, três em Paracatu e um em Viçosa. Minas Gerais tem 96 cidades em situação de emergência por causa de desastres relacionados às chuvas.
E de acordo com a previsão dos principais institutos de meteorologia do país, uma tendência é de que continue chovendo na região Sudeste e Centro-Oeste do Brasil durante toda a semana.
(COLABOROU: VALÉRIA VILELA)
