Com o excesso de chuva, os cafeicultores começam a ficar preocupados com a safra de 2023. Com lavouras em Nova Resende e Muzambinho, Maria Julia aproveitou a estiagem para visitar as lavouras. A preocupação é com a queda de folhas e o desenrolamento dos frutos. “Tenho notado que as folhas estão caindo e com a falta de luz percebemos que o desenvolvimento das varas está abaixo do esperado para esta época do ano, o que pode comprometer inclusive a safra de 2024. Quando ao desenvolvimento dos frutos, estamos vendo uma desigualdade enorme, com os frutos na fase de chumbinho e frutos grandes o que vai ser um complicador na colheita”, revela a cafeicultora.
Já a preocupação do Edimilson Torres é em realizar a desbrota em tempo hábil “estamos aproveitando os momentos de estiagem para realizar o trabalho de desbrota. Uma ação que consiste na retirada de brotos que nascem no ramo principal e se não forem separados acabam prejudicando a planta e traz prejuízo”.
“Nós cafeicultores, sabemos que frio e chuvas são fatores que prejudicam a lavoura nessa época, ainda mais com cafés de altitude acima de 1100 metros. A temperatura ambiente e a umidade relativa exercem influência sobre a qualidade da bebida. Por isso esse verão com volumes acima de 80 milímetros de água na média e com dias de baixas temperaturas, o que é atípico nesta época do ano tem trazido preocupações com doenças oportunistas”, revela Suzana Santos de Muzambinho.
Paulo Pereira, que tem lavouras no bairro do Brumado, área rural de Muzambinho, “estou com a adubação atrasada, mas consegui fazer a aplicação de fungicida o que tem protegido contra a ferrugem, também foi possível fazer a aplicação de um composto orgânico que ajuda na microbiota do solo, relata, mas tenho que fazer uma pulverização, mas fica complicado ir para a lavoura com tanta agua, é preciso completar o ciclo de adubação. A água é boa para que os grão cresçam mas é preciso nutrir a planta. Estou aproveitando para fazer o replantio em algumas áreas”, explica o cafeicultor que conseguiu um lote de cafés 84,70 o que ele espera repetir na safra de 2024.
Com esse cenário, o extensionista Isnard Reis, orienta “o cafeicultor precisa manter seu cronograma de ações em dia e aproveitar ao máximo as estiagens para realizar os tratos culturais para evitar maiores danos para a lavoura, quem tiver duvida deve buscar informações no escritório da Emater mais próximo”, falou.
(REPORTAGEM E FOTOS: VALÉRIA VILELA)