A frase acima foi dita por Rafael Moreira da Silva, 30 anos, desocupado, morador no bairro Brejo Alegre, em Muzambinho, horas antes de morrer.
A história começou quando por volta das 17h20 de 25 de dezembro, segunda-feira, Rafael pediu um carro de aplicativo no bairro São Lucas, em Muzambinho. Apareceu um motorista de 64 anos que estava disponível e foi atender o cliente. Durante o trajeto, Rafael pediu ao motorista que parasse o carro, um HB20 cinza, prata, um pouco distante do Varejão Dias. Instantes depois, Rafael voltou com uma pistola na mão dizendo que assaltou o local e que era para o motorista seguir sentido Guaxupé.
O motorista afirmou em seu depoimento à polícia que Rafael ficava ‘fuçando’ na arma e chegou a aponta-la para sua cabeça fazendo ameaças.
Depois de passarem pelo Trevo do Japy, sentido Guaranésia, Rafael fez o motorista parar em uma estrada entre o Leilão de Gado e a Vime Veículos dizendo que tinha amigos lhe esperando porque iria cometer outros roubos. Ele então pediu ao motorista ir para o banco de trás, quando o profissional pediu para não ser levado e acabou ficando no local, de onde conseguiu entrar em contato com a Polícia Militar que realizou cerco/bloqueio em toda região.
Assaltos em Guaxupé
Com o carro roubado, Rafael foi atrás do pintor I.J.R., de 20 anos, morador no Jardim Rosana, em Guaxupé. O rapaz contou que Rafael afirmou estar devendo uma grande quantia a um traficante de apelido Madruga, e que precisava de dinheiro urgente.
Eles seguiram para o Posto Super Nova, que fica na esquina da Avenida Felipe Elias Zeitune com Vila Progresso. Lá, Rafael desceu do carro e sacou a pistola anunciando o assalto e levando do estabelecimento R$ 200,00.
O funcionário do posto acionou a PM informando que a dupla seguiu sentido Parque dos Municípios. E nesse tempo, os militares ficaram sabendo que o motorista do aplicativo de Muzambinho havia sido localizado em Guaxupé.
Em diligência pela Av. Presidente Tancredo Neves, no Posto Bandeirantes, os militares avistaram o carro com os dois ocupantes. Antes de praticarem qualquer ato, os militares foram abordar a dupla quando Rafael desceu do carro colocando a mão na arma, com a intenção de sacá-la.
Foi quando dois policiais atiraram contra Rafael para evitar que ele levassem o frentista de refém ou ferisse outras pessoas no local.
Mesmo atingido, Rafael tentou fugir para um terreno vago ao lado do posto. Cambaleando, ele se levantou e caiu duas vezes, com a arma na mão. No local, os policiais identificaram que a arma era um simulacro (imitação) de uma pistola.
Ainda respirando com dificuldades, Rafael foi levado para o hospital por militares, já que a espera pelo Samu ou Bombeiros demoraria. Mas chegando no PS, foi constatada sua morte.
Com Rafael foi encontrado um documento de identidade e R$ 18,25. Ele tinha um mandado de prisão emitido pela Comarca de Muzambinho.
O outro participante, morador em Guaxupé, ficou dentro do carro ao desenrolar da ocorrência, tendo se rendido. Ele também é conhecido nos meios policiais.
O rapaz disse que Rafael o teria chamado para roubar e que pararam no Posto Bandeirantes para abastecer, quando foi surpreendido pelos policiais.
Disse ainda em seu depoimento, que Rafael estava muito exaltado, havia usado crack e que teria dito “hoje eu vou matar ou morrer”.
A perícia foi acionada e encontrou um capacete marca fly cor preta, uma imitação de pistola, um celular samsung preto, 14 estojos de projétil .40, um boné azul, dois papelotes de cocaína e seis pedras de crack.
Igor foi preso em flagrante e levado para a Delegacia com os objetos apreendidos.
(Correio Sudoeste)