A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados promoveu na terça-feira (6) uma audiência púbica para discutir o impacto das chuvas em Minas Gerais. O debate atendeu a requerimento do deputado Emidinho Madeira (PL-MG).
Mario Ferraz, gerente de desenvolvimento técnico da Cooxupé, fez relato sobre as áreas atingidas na área de atuação da cooperativa” com um levantamento feito por 112 técnicos que saíram para o campo e trabalharam durante mais de duas semanas e registraram 28720 mil hectares atingidos pelo granizo em outubro e novembro, sendo 2 735 cooperados que registraram com algum tipo de prejuízo. Foi catastrófico, nunca vimos uma situação tão grave e com extensões tão grandes. Estimamos que pelo menos 230 mil sacas de café foram perdidas com o granizo.
O parlamentar apresentou um histórico onde mostrou “ que nos meses de outubro e novembro várias regiões de Minas Gerais sofreram com fortes chuvas, inclusive com chuvas de granizo. O deputado também apresentou dados do levantamentos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) que mostram que mais de 100 municípios registraram a ocorrência de chuvas de granizo no meio rural, que causaram grandes prejuízos nas lavouras, principalmente as de café. Os municípios de São Sebastião do Paraíso, Campos Gerais, Campestre e Nova Resende, Cabo Verde nas regiões do sul e sudoeste do estado, foram os que registraram as maiores áreas com ocorrência de granizo, “informou o deputado.
O presidente da associação dos cafeicultores de Monte Belo, Ronaldo Oliveira explicou como esta a situação da região “ somos pequenos cafeicultores, tivemos lavouras que vão ser cortadas totalmente, não tem como recuperar, o café gera renda e empregos. Mas sem a colheita do café uma cadeia inteira fica comprometida, geramos em torno de 8 milhões de empregos direta e indiretamente. E necessário agora ter condições para renegociar os compromissos, como renegociar as dividas se muitos já foram afetados pela seca, pela geada e agora pelo granizo”, pontuou o cafeicultor.
“O setor agropecuário como um todo vem desde o início da pandemia enfrentando uma elevação de custos de produção e redução de capacidade de pagamento de dívidas em decorrência do substancial encarecimento de insumos, como fertilizantes, combustíveis e defensivos agrícolas, cujos preços são atrelados à cotação do dólar. Além disso, os produtores foram afetados com outros eventos climáticos como as estiagens prolongadas há 2 anos, as geadas do último ano e, agora antes mesmo da sua recuperação, foram atingidos com as chuvas de granizo”, ressaltou Breno Mesquita que esteve no evento representando a FAEMG.
Os prefeitos de Cabo Verde, Claudio Palma “ falou da gravidade do problema que as intempéries climáticas trazem para os pequenos municípios, somos pequenos e a maioria das propriedades são de agricultores familiares, quando pedem tudo a renda fica comprometida. Precisamos de soluções que venham ao encontro do homem do campo” disse.
Já o prefeito de Monte Belo, Kleber Bonelli, “ precisamos buscar sanar as dificuldades que os cafeicultores enfrentam, quando temos uma dificuldade como a que tempestade de granizo trouxe para nossa região a economia é afetada, temos menos geração de empregos e os compromissos financeiros ficam suspensos, “ falou.
Além de cafeicultores da região estiveram presente na audiência pública em Brasília: o diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura, Silvio Farnese; o secretário de Agricultura e Abastecimento de Minas Gerais, Thales Almeida Pereira Fernandes; o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins; e o presidente do Consórcio Público para o Desenvolvimento do Café no Sul e Sudoeste de Minas (Concafé), Marcelo Chaves.
Colaborou Valeria Vilela com informações da Agência Câmara de Notícias e assessoria do deputado