Jeito e Gosto Amargo de Chantagem

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“Nossa soberania não é moeda de troca” (Ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira)

O mundo piorou, a tensão universal só aumentou depois que Trump voltou. Arrogando-se poderes imperiais, esticando ao máximo o delírio megalomaníaco, o mandatário da Casa Branca continua, infatigavelmente, a desferir golpes no varejo e no atacado contra a ordem econômica e jurídica global. Em alguns momentos, como se fez notório no caso brasileiro, a agressão desabrida reveste-se também de intuitos políticos intoleráveis.

O anúncio do tarifaço com cara, jeito e gosto amargo de chantagem, atingiu em cheio a soberania e o sentimento cívico da nação. Trouxe a reboque sanções descabidas contra magistrados da Suprema Corte do país, na maligna tentativa de forçar decisões judiciais que desconsiderem, a exemplo do que ocorreu nos Estados Unidos, crimes de suma gravidade perpetrados contra a democracia e as instituições republicanas. A circunstância de a ofensiva destemperada de Donald Trump concentrar-se também em outros países, a exemplo do Canadá, não atenua em nada o teor perverso da afronta praticada envolvendo o Brasil, situada em patamar mais gravoso, como evidenciado. É triste e desconcertante constatar o comportamento, nessa repulsiva história, de certos grupos políticos minoritários que se comprazem em partilhar, ruidosa e impatrioticamente, do ultrajante conluio gestado em plagas estrangeiras.

Foquemos a atenção, agora, no aspecto econômico da questão. Ou seja, naquilo que é de estrito e lógico interesse no relacionamento diplomático e comercial entre dois países que há mais de 200 anos mantêm sólidos laços de solidariedade. Como já ficou amplamente documentado, as transações do Brasil com os Estados Unidos têm apontado, anos a fio, saldo superavitário em favor do parceiro comercial. O fato, por si só, seria de molde a garantir a manutenção das tarifas de sempre. A disposição permanente dos negociadores brasileiros, com o vice-presidente Geraldo Alckmin à frente, para o diálogo, não conseguiu ainda demover o lado americano de suas descabidas pretensões em taxar exageradamente nossas exportações. Espera-se que, com o apoio de empresários norte-americanos, igualmente preocupados diante dos desatinos tarifários, soluções satisfatórias para a pendência possam ser encontradas a médio prazo, observadas as regras do bom senso e do entendimento civilizado.

Não resistimos à tentação, por último, nesta linha de considerações, de falar do Anacreto. O dito cujo é conhecido por seus posicionamentos singulares. Defende a tese da terra plana e crê que erva-cidreira com urina de bode cura hemorroida. É adepto da teoria da conspiração. Saiu-se, outro dia, no clube com esta revelação: “O tal do Trump não me engana. Com o que vem aprontando, ele só pode ser um agente secreto sino-russo infiltrado na Casa Branca para destruir a imagem dos Estados Unidos no mundo”. Isso aí…

Cesar Vanucci – Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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