A palavra Muzambinho cabe na palma de uma mão, mas transborda nos corações e mentes do seu povo. Por esses horizontes de sucessivos montes verde-azulados a perder de vista, passaram índios, antes de aqui se fixarem descendentes de portuguêses e os africanos escravizados. Por essas terras, soou o grito de liberdade dos primeiros escravos fugidos para o quilombo, de onde se originou o nome da cidade. A eles se uniram abolicionistas que se tornariam conhecidos na historiografia nacional, como o grande médico Dr. Américo Luz, hoje nome da avenida principal da cidade. Nessa terra, homens e mulheres dos muitos cantos do mun- do, se encontraram e fizeram dela sua patriazinha. Meiga e João Marques tiveram a ventura de nascer e crescer em Muzambinho. Foram abençoados pelos espíritos das montanhas e por pessoas especiais, que os precede- ram e, também, com quem conviveram e trabalharam. Aqui criaram família.
Aqui se dedicaram ao magistério, os dois como professores e dirigentes escolares. Aqui ele também iniciou sua vida pública, como vereador e presidente da Câmara, e ela, sua vida de pintora e escritora. Daqui partiram para Belo Horizonte, onde João Marques tornou-se Vice-governador de Minas Gerais, e Meiga uma conhecida pintora e escritora, cujos livros superaram o patamar de cem mil exemplares publicados. Para João e Meiga, a educação e a cultura das artes e dos esportes são os pilares básicos para a formação de um povo forte e livre, capaz de
construir sua própria história, com o protagonismo de todos. Na sexta feira, dia 11 de agosto, ás 18:00 horas, a primogênita do casal, Gláucia Maria Vasconcellos Vale, também escritora, estará lançando, dentro do Festival Literário de Muzambinho/ FELIM, o livro de sua autoria com Paula Pessoa, sobre a vida e obra desse casal notável, “João, Meiga e uma Cidade de Nome Muzambinho”, concebido com a ajuda de narrativas sobre os dois, de poemas e dos quadros de Meiga. O valor arrecado será transferido diretamente para a Santa Casa da cidade.