Muzambinho, 9 de outubro de 2024

Na França deu xadrez

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  “O mundo não é obrigado a aguentar o vale tudo de Elon Musk”. (Presidente Lula)

Pavel Durov, dirigente do Telegram, êmulo de Elon Musk nos domínios da comunicação digital, entendeu de desafiar as leis da França, tal qual vem fazendo com relação ao Brasil o dirigente do X. A consequência do inadmissível procedimento foi uma ordem judicial de prisão. Para evitar o desconforto de uma cela em xadrez de Paris, o dito cujo se viu forçado a desembolsar (em euros) a bagatela de 150 milhões de reais de modo a que a punição pudesse ser convertida em reclusão domiciliar, com a obrigação expressa de se apresentar duas vezes por semana ao juizado que acompanha o caso. Entre as vozes que se ergueram protestando contra a decisão do judiciário francês, alegando que a liberdade de expressão estava sendo violentada, duas delas chamaram de modo especial as atenções da mídia e observadores políticos. Adivinhem quem? Vladimir Putin, presidente da Rússia e Elon Musk.

O Telegram muito popular na Rússia, já teve sua ação suspensa no Brasil por descumprimento de dispositivos da nossa legislação. Foi flagrado, a exemplo do antigo Twitter, veiculando propaganda hostil aos valores democráticos, de conteúdos nazistas, racistas e fake news. A propósito, teve sua atuação suspensa noutros países, inclusive na Rússia onde já voltou a operar normalmente.

Os fatos reportados conferem à momentosa questão dos abusos praticados por plataformas digitais, notadamente o X na atualidade brasileira, uma dimensão que extrapola a visão acanhada da minoria de políticos fundamentalistas engajados no esforço de propagar a errônea ideia de que o STF porta-se como algoz do santo e benemérito magnata Elon Musk…

Os países democráticos, desafiados pelas Big Techs vêm estabelecendo normas de regulamentação em suas operações.

Cabe, agora, trazer ao conhecimento de quem ainda não sabe outras “proezas” dignas de nota perpetradas pelo cidadão mencionado. Nos Estados Unidos, onde vive, Musk aliou-se politicamente, no passado, com os democratas. No governo Barack Obama ganhou polpudos incentivos financeiros para expandir seus negócios. Trabalhou ativamente pela eleição de Joe Biden, contrapondo-se a Donald Tramp, a quem acusou de fascista. Sua militância como politiqueiro barato levou-o, mais recentemente a “virar a casaca”. Tornou-se aliado de Tramp na corrida presidencial, abrindo fogo cerrado, em sua plataforma digital contra Kamala Harris e seu vice, Tim Walz, aos quais acusa de estarem a serviço do comunismo. Ainda outro dia, num arrobo retórico que suscitou, no meio jornalístico, questionamentos sobre sua saúde mental, andou dizendo que a candidata democrata a Casa Branca vem insuflando o STF e o Ministro Alexandre de Moraes no imbróglio presentemente relatado nas manchetes.  

 É de irritante visibilidade o empenho do insolente magnata de interferir no processo político brasileiro.

   *Cesar Vanucci – Jornalista ([email protected])

 

 

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