Muzambinho, 9 de outubro de 2024

Não deu outra: fraude.

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  “Venezuela não é uma democracia” (Ministra Marina Silva)

O que todos temiam não deixou de acontecer. Maduro mostrou-se fiel ao seu instinto caudilhesco. Montou descomunal farsa eleitoral, criando condições inimagináveis para permanecer à frente dos destinos de sua “República Bolivariana” por mais 6 anos. Com as manobras engendradas no curso da disputa presidencial e da apuração escancarou de vez seu malévolo propósito de chutar pra escanteio os protocolos firmados no “Acordo de Barbados”, que garantia a realização de eleições legitimas com participação livre das forças da oposição venezuelana. O acordo foi celebrado em outubro de 2023, com referendo da Noruega, Brasil e EUA.

Impactando negativamente a comunidade internacional, o Conselho Eleitoral da Venezuela, diretamente vinculado a Maduro, proclamou antes do termino da votação sua vitória, diplomando-o poucas horas depois e fazendo ouvidos moucos aos protestos e indignação da oposição e de parte majoritária da população do país. Os contendores do Caudilho alegam que os resultados do prélio, segundo mapas parciais da apuração por eles obtidos, apontam vitoria esmagadora do candidato Edmundo Gonzalez. Todas essas circunstancias, acrescidas de robustas evidencias de cerceamento da liberdade de voto para parte do eleitorado, intimidações e prisões de adversários produziram manifestações intensas de reprovação mundo a fora. O clamor só fez crescer à vista dos panelaços ininterruptos, das concentrações populares, da repreção policial violenta com dezenas de mortos e feridos, com centenas de pessoas recolhidas a presídios e sequestros de líderes oposicionistas, além de iradas falas do tirano acusando os oponentes de haverem tramado golpe de estado.

A relutância do governo brasileiro em admitir a anômala situação política reinante na Venezuela vem causando desconforto e preocupação, dentro e fora do país. A princípio, o presidente Lula fixou, como condição basilar para reconhecer a legitimidade da eleição, a apresentação das atas de votação, obviamente chanceladas por organizações idôneas. Governos de outras nações adotaram posição assemelhada. Até o momento em que estas considerações estão sendo alinhavadas, a entrega das atas ainda não se efetivou, embora decorrido o prazo de 72 horas estipulados pelos próprios dirigentes venezuelanos. Nesse meio tempo, ocorreram muitos outros fatos relevantes. Entre eles, a intempestiva mensagem de felicitações do PT a  “vitoria eleitoral”. Em contra partida, o Centro Carter, órgão respeitado na área dos direitos civis, afirmou que o pleito não pode ser considerado democrático.

Resumindo o papo, com muita água ainda a correr por baixo da ponte: A eleição foi fraudada; Maduro quer eternizar-se no poder; é forte a indignação no mundo democrático com relação ao que anda acontecendo; a posição brasileira na candente questão deixa muito a desejar.

 

*Cesar Vanucci  – Jornalista ([email protected])

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