Os períodos eleitorais vêm mudando. Esta é minha percepção de eleições anteriores, já que observamos menos comícios e passeatas, ao passo em que assistimos aos debates e entrevistas pouco estimulantes. Até os cômicos jingles e pérolas de candidatos estão escassos. Todo foco parece estar nas redes sociais e interações virtuais. O que não muda são as pesquisas eleitorais. Estas nos acompanham durante as eleições, sendo marco no noticiário e servindo de base para muitas análises. O que não muda, também, é o questionamento quanto à veracidade delas.
As pesquisas, num modo geral, com base em metodologias diversas, buscam apresentar um “retrato” próximo ao que é a realidade naquele momento. A variação entre elas, por vezes, se dá por conta dessas diferenças, como a abordagem (pessoal ou via telefone) e a diversificação dos entrevistados (sexo, idade, escolaridade, região, religião, etc). As pesquisas são registradas no TSE, sendo possível até verificar esta metodologia utilizada. Daí temos empresas sérias e atuantes e que têm seu trabalho questionado de modo infundado, por descontentamento de parte de eleitores que acreditam que os resultados apresentados não refletem a realidade. Como li outro dia, esta parte de eleitores se comporta mais como torcedores de futebol insatisfeitos porque seu time levou um gol. Tanto é que vemos pessoas questionarem a pesquisa para presidente e comemorarem a pesquisa para governador (ou vice-versa), de pesquisas da mesma empresa.
Com o avanço do período eleitoral, é comum analisarmos as tendências de altas e baixas, que são reflexos de entrevistas, debates e da própria campanha em si. Há, neste ano, algo diferente a ser analisado nas pesquisas para presidente: Da estabilidade nas pesquisas, que mostra como boa parte dos eleitores já tomou sua decisão. E mesmo comparando pesquisas de empresas diferentes, com suas metodologias próprias, parece que pouco ou nada muda. Dois candidatos à frente, concentrando mais de 75% dos votos, seguidos à distância de outros dois candidatos, que somados rodeiam os 10%. Portais de notícias (ex.: G1, CNN e Estadão) vem criando novas ferramentas muito interessantes, de agregadores que pesquisas, buscando encontrar ainda um meio termo entre elas.
No âmbito estadual, algumas variações já são mais perceptíveis. Se, para os presidenciáveis, é comum termos candidatos que são desconhecidos da maioria até a chegada da campanha, para os candidatos ao Governo Estadual o desconhecimento é ainda maior. Aqui em Minas, por exemplo, Zema (NOVO) era o conhecido da maioria. Kalil (PSD), era mais conhecidos entre os belo-horizontinos, já que era prefeito da capital, e talvez dos atleticanos, posto que ele presidiu o clube. Carlos Viana (PL) se elegeu Senador na eleição de 2018 e era conhecido por ter sido apresentador de televisão local. E Marcus Pestana (PSDB), que é de Juiz de Fora, estava como Deputado Federal por Minas mas, basicamente, tinha seu nome mais reconhecido na Zona da Mata Mineira. Os demais, praticamente, são nomes que aparecem como desconhecidos para boa parte dos mineiros. Portanto, nestes momentos em que outras opções surgem, destes “desconhecidos”, que percebemos variações nas pesquisas.
Portanto, para questionar uma pesquisa eleitoral, é interessante, antes, entendê-la, sabendo de onde vem estes números. As “pesquisas”, como o “datatoalha” (da venda de toalhas com rostos estampados) ou o “datapovo” (quanto ao número de participantes em uma passeata) refletem bolhas sociais e, por mais que sejam números interessantes também, pouco indicam algo de concreto.
No final, quando observamos o resultado das nossas urnas eletrônicas, confiável e verdadeiramente fonte de orgulho aos brasileiros pela sua praticidade e agilidade, temos algo muito próximo do que as pesquisas foram assinalando.
Nesta reta final, faltando poucos dias para comparecermos em nossas sessões eleitorais, desejo serenidade na escolha dos votos e, principalmente, respeito ao resultado das urnas.
POR: LUCAS FILIPE TOLEDO |
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