Minas Gerais é o estado da região Sudeste com o maior número de estabelecimentos da agricultura familiar e o segundo do país.
Minas Gerais possui 441,8 mil estabelecimentos de agricultura familiar, que representam 72,7% do total dos estabelecimentos rurais mineiros. É o estado da região Sudeste com o maior número de estabelecimentos da agricultura familiar e o segundo do país. Quase 87% das propriedades do segmento têm menos de 50 hectares e o setor responde por 25% do Valor Bruto da Produção Agropecuária de Minas, alcançando R$ 14,9 bilhões.
O retrato da agricultura familiar em Minas Gerais foi apresentado, na sexta-feira (23/7), em evento virtual realizado pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e da Emater-MG. O encontro, transmitido pelo Canal da Emater-MG no Youtube e onde permanecerá para visualizações, fez parte de uma programação diversificada em celebração ao Dia Nacional e ao Dia Internacional da Agricultura Familiar, comemorados neste final de semana.
Os dados fazem parte da cartilha “Um novo retrato da Agricultura Familiar de Minas Gerais”, elaborada pela equipe do Instituto de Políticas e Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal de Viçosa, a partir dos dados do Censo Agropecuário de 2017.
A assessora especial da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFV, Fabiana Melo, destacou o papel da agricultura familiar no abastecimento alimentar. “O segmento é o responsável por parcela expressiva da oferta de alimentos básicos que vão para as mesas dos brasileiros no dia a dia. Nos tempos de pandemia, a agricultura familiar tem atuado de maneira significativa no combate à fome desde o início da crise sanitária, com aumento exponencial das vendas por meio digital”, afirma.
Em sua apresentação, o professor Marcelo José Braga, responsável pelo estudo, detalhou outras informações que caracterizam a agricultura familiar em Minas, como o gênero, faixa etária e o nível de instrução do responsável pelo estabelecimento; o número de pessoas ocupadas na agricultura familiar; uso de tecnologias; valor da produção das principais culturas, dentre outras; além de uma análise comparativa com os dados do Censo Agropecuário de 2006.
“Um dado que chama a atenção é o envelhecimento da população rural. A comparação entre os Censos de 2017 e de 2006 evidencia o aumento do percentual de estabelecimentos dirigidos por pessoas com mais de 55 anos e a redução do percentual, principalmente, daqueles que são dirigidos por pessoas com idade inferior a 45 anos. Na faixa etária dos jovens com menos de 25 anos, a redução alcançou 40%”, detalha o professor da UFV.
A comparação entre os censos agropecuários também mostrou crescimento da presença feminina na direção dos estabelecimentos. Embora o homem ainda seja a maioria na direção, a participação da mulher registrou aumento de 28% na década.
Na avaliação da secretária de Agricultura Ana Valentini, a cartilha elaborada pela UFV é um importante subsídio para a reflexão sobre ações já desenvolvidas e para redefinir, caso necessário, novas diretrizes para o fortalecimento da agricultura familiar pelo Sistema Agricultura do estado.
A cartilha da UFV está disponível para download gratuito no link www.ippds.ufv.br/producoes
Fonte: Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Assessoria de Comunicação Social / Jornalista Responsável: Márcia França