(Foto: Divulgação)
Após admitir publicamente a criação de um perfil falso nas redes sociais, o Secretário de Turismo de Poços de Caldas, Arison Siqueira (Novo), pediu exoneração do cargo. O político confessou ter utilizado a identidade fictícia para direcionar ataques a autoridades e jornalistas da cidade, uma conduta que levanta sérias questões sobre ética e abuso de poder. O pedido de demissão foi formalizado na tarde desta quarta-feira (22), com a justificativa genérica de “motivos de foro íntimo”.
O desfecho da crise foi precipitado pela intervenção da vereadora pastora Mel Maximino. Dois dias antes da exoneração, ela utilizou a tribuna da Câmara Municipal para denunciar publicamente que o secretário era o autor do perfil falso, destinado a difamar e constranger figuras públicas. A revelação, feita em um espaço oficial de grande repercussão, tornou insustentável a permanência de Siqueira no governo, transformando um caso que poderia ter sido abafado em um escândalo político de ampla divulgação.
A atitude de Arison Siqueira gera profundas consequências, não apenas para sua trajetória política, mas também para a imagem do município. Poços de Caldas, cidade que depende significativamente do turismo, vê sua principal pasta de divulgação ser manchada por um escândalo de assédio e fake news. A confiança pública, elemento fundamental para qualquer gestão, fica severamente abalada quando um representante do governo se envolve em campanhas de difamação contra aqueles que fiscalizam o próprio poder.
Por fim, o episódio serve como um alerta sobre os perigos do uso antiético das redes sociais por parte de agentes públicos. A renúncia, embora encerre temporariamente a crise institucional, não pode ser vista como o ponto final da questão. Espera-se que as instituições competentes apurem minuciosamente os fatos, e que a sociedade reflita sobre a importância de eleger e cobrar representantes que ajam com transparência e integridade, tanto online quanto offline.
(Por: João Bosco – O Debate)