O ator Tarcísio Meira, de 85 anos, morreu na quarta-feira (12) em decorrência da Covid-19 mesmo após tomar as duas doses da vacina contra o novo coronavírus. Mas o que explica a infecção seguida de morte mesmo com a imunização completa?
Membro do Comitê de Combate à Pandemia de Belo Horizonte, o infectologista Unaí Tupinambás diz que a resposta da vacina é mais lenta no organismo dos idosos, situação que piora com o avanço da idade. Por isso, mesmo que essas pessoas estejam vacinadas, o quadro da doença pode evoluir para uma forma grave.
Comorbidades e condições médicas específicas também podem agravar o quadro de saúde mesmo após a imunização completa, acrescenta o especialista. Essas condições podem acontecer independentemente da marca da vacina que a pessoa recebeu e não significam que as doses não funcionam.
O infectologista ainda afirma que nenhuma vacina é 100% eficaz: “Todas podem falhar, mas em 97,5% das vezes elas protegem contra formas mais graves da doença, por isso é importante não deixar de se imunizar”, explica.
O caso de Tarcísio ainda é considerado raro. Dados do Ministério da Saúde, divulgados pela emissora CNN Brasil em maio deste ano, mostram que ocorre uma morte a cada 25 mil pessoas que tomaram as duas doses da vacina, o que representa 0,004% da população.
Unaí Tupinambás ainda sugere que, além de se vacinar, é preciso não se descuidar das medidas de proteção, como uso de máscara, higienização constante das mãos com álcool 70% e distanciamento social.
Vacinação
Tarcísio Meira recebeu a segunda dose da vacina contra a Covid em março deste ano em Porto Feliz, interior de São Paulo, onde se manteve isolado durante a pandemia com a mulher, a também atriz Glória Menezes. Ela também recebeu o imunizante e contraiu o vírus, mas teve um quadro leve da doença e segue internada.
(Vivian Chagas – Hoje em Dia)