Tempero Solidário: Um capítulo à parte de Cabo Verde

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Sabe aqueles benefícios que citamos por morar em uma cidade pequena? Tudo ser pertinho, não termos (tanto) problema de violência urbana e de trânsito, nos sentirmos mais acolhidos, termos a sensação de que conhecemos a todos e, geralmente, nos referenciando como ‘filho de fulano’, neta de beltrana’. É como diz a música da banda Pato Fu: “Vai diminuindo a cidade; vai aumentando a simpatia. Quanto menor a casinha, mais sincero o bom dia!”. Neste final de semana, Cabo Verde demonstra outro traço típico das cidadezinhas: A Solidariedade.
Pode-se dizer que esta palavra acompanha a humanidade desde seus primórdios. Na verdade, para se falar em qualquer formação social, por menor que seja (como um núcleo familiar), temos que nos ligar aos aspectos de solidariedade existentes. “Solidariedade” tem origem na expressão latina obligatio in solidum, que basicamente é uma obrigação social, um dever ao indivíduo em prol da comunidade. Com o passar dos anos e, principalmente, com a modernização social, deixamos essas questões de ‘obrigações’ àquilo que é imposto ao indivíduo, como exemplo, veja só, os impostos. À solidariedade, ficaram os atos genuinamente sociais, em que agimos com a ideia da partilha, da ajuda e do bem comum.
Digo tudo isto para chegarmos num evento muito especial em Cabo Verde, que é o Tempero Solidário, em prol do Hospital São Francisco. Para quem não conhece, trata-se de um evento em que diversas entidades, organizações e grupos locais se juntam para proporcionar um grande e festivo almoço de domingo. Cada grupo se responsabiliza por um determinado prato (como o strogonoff da Casa do Artesão, a feijoada dos Veteranos Independentes, a costela no chão da Maçonaria ou a comida cubana do Dr. Osnedy), e os participantes do evento podem se deliciar por essa diversidade culinária. Além de um ambiente amistoso e poder experimentar tantos pratos distintos, o Tempero traz a mensagem de como conseguimos esquecer a diferenças e pensar no bem comum.
A pauta não é política, mas se pegarmos exemplos em que pessoas deixam o diálogo de lado em detrimento da polarização política e, ao invés de buscarem o melhor para a sociedade preferem até torcer contra, temos como resultado o prejuízo para todos. Pois que, seja aula, o Tempero Solidário! A comunidade cabo-verdense apreciando e colaborando com o evento que arrecada fundos para nosso Hospital São Francisco, sempre pronto para nos atender. O mais interessante é ser um mecanismo que se retroalimenta: Atos de solidariedade e estimulam para que sejamos ainda mais solidários.
E se, há alguns anos, pensávamos quão notável havia sido a 1ª edição, hoje já podemos dizer que se trata de um evento tradicional e que merece espaço na agenda oficial da cidade e região. Até porque, a solidariedade caminha com a humanidade, mas está mais presente nas cidadezinhas não é mesmo? Por isso, devemos prestigiar nosso Tempero Solidário.

Por: Lucas Filipe Toledo | lucasfilipetoledo@yahoo.com.br

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