Útil, em Branco, Nulo, de Protesto: Votos, votos e mais votos

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Finalmente, entramos na contagem dos dias para a realização do primeiro turno das Eleições Gerais de 2022. Nos últimos meses, fiz questão de enfatizar o período eleitoral por aqui, trazendo assuntos sobre a escolha de candidatos, os partidos, até as pesquisas e campanhas. Seguirei convicto de que fortalecer o conhecimento sobre política, propiciando ambientes para o diálogo e estimulando a participação popular, é o melhor caminho; e, hoje, faço deste aglomerado de palavras intitulado Coluna “Torpedo da Semana”, o meu instrumento para ajudar nesse objetivo.
Vamos a uma última reflexão, quanto aos Votos. Por entendermos que as eleições são um chamado da Nação ao seu Povo, detentor maior do Poder, para a tomada de decisões, devemos também entender o voto como a melhor e mais acessível ferramenta para mantermos o país nos trilhos e exercer este Poder. Diante de tal relevância, nada mais prudente que seguirmos a ideia de que a “soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos.” (Art. 14 da Constituição Federal). Para além de secreto, direto e equânime, instituiu-se também quanto a sua obrigatoriedade (a todos entre 18 e 70 anos). Votar é um dever (e não apenas direito) de todo cidadão e é por isso que nossos votos precisam ser conscientes.
Nos últimos dias, veio à tona o tema do “voto útil”, quando candidatos que despontam nas pesquisas buscam enxugar o eleitorado dos demais, sob argumentos de que não “compensa” votar em alguém que não está apresentando tantas intenções de voto. Via de regra, sou contra. Sempre bati da tecla de que os votos em primeiro turno (sobretudo no caso de Presidente e Governador) devem ser de acordo com seus ideais, deixando de lado as pesquisas. As agendas políticas que estes candidatos defendem só serão valorizadas se tiver um apoio considerável. Num cenário hipotético, os dois primeiros colocados contabilizam, respectivamente, 45% e 35% dos votos válidos, enquanto o terceiro recebeu 15%. Seu eventual apoio em segundo turno será muito valioso e, para isso, será necessário diálogo e flexibilidade para abarcar as bandeiras defendidas por um nas propostas de outro. Entretanto, a realidade política atual me faz agir diferente quanto ao voto para Presidente.
Outro tema, sempre recorrente, é quanto ao voto em branco ou nulo: Se possuem diferenças práticas entre eles, se algum é validado, se outro é contabilizado para o primeiro colocado, ou ainda se possuem o poder de anular a eleição. A realidade é que ambos são considerados votos inválidos. Nos pleitos para o Poder Executivo, ganha o candidato com “50% + 1” dos votos válidos. Numa população de 10.000 eleitores, caso todos validassem seus votos, seriam necessários 5.001 votos para ser eleito. Caso, 3.000 votassem em branco ou nulo, os votos válidos passariam para 7.000 e o mínimo necessário para ser eleito passa a 3.501. Neste sentido, ao primeiro colocado, que precisaria conquistar 5.001, ficou mais fácil ser eleito com os 3.501. Por isso, há um entendimento de que estes votos (Branco/Nulo) beneficiam o primeiro colocado. Fato é que estes votos apenas prejudicam a própria Democracia, diante da irrelevância que eles possuem. Se fosse considerado, por exemplo, o voto em Branco, numa espécie de voto de protesto e que sua contagem tivesse um eventual poder de anular um pleito, até respeitaria esta opção. Mas, conforme as regras atuais, não vejo argumentos plausíveis para se anular o voto. Mesmo a ideia de que “nenhum me representa” apareça, é preciso ter em mente que um deles, com ou sem seu voto, vai te representar. Pois, avalie dentre as opções! Não permita que escolham por você!
Quanto aos votos para o legislativo (estadual e federal), não caia na retórica de que “este candidato não será eleito, então não quero desperdiçar meu voto”. Primeiro é preciso relembrar a regra básica, que ao votar em um candidato, primeiramente estará votando em seu partido/federação. Mesmo que não seja eleito, o voto em seu candidato vai fazer com que outro candidato do mesmo partido seja eleito (que, em tese, deveriam ter pensamentos semelhantes). Se observar certa discrepância entre candidatos do partido daquele que pretende votar, talvez seja o momento de reavaliar.
No dia 02 de outubro, exerça seu papel de cidadão brasileiro. Vote! E, antes de votar, faça a melhor escolha para seus votos, com a serenidade e o espírito democrático, tão necessários para nosso momento.

POR: LUCAS FILIPE TOLEDO |
LUCASFILIPETOLEDO@YAHOO.COM.BR

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