A Câmara Municipal de Nova Resende instaurou uma Comissão Processante para apurar a conduta do vereador Odair Braz de Azevedo (PL), acusado de abuso de poder, agressões verbais a servidoras e quebra de decoro parlamentar. O caso ganhou novos contornos após o depoimento de uma funcionária, que relatou ter sido vítima de assédio sexual por parte do parlamentar.
Três servidoras, entre elas a Secretária de Saúde, Gislaine Dilva Pereira Gueles, afirmaram que foram ameaçadas e agredidas verbalmente pelo vereador durante uma discussão em que ele questionava seu afastamento da Secretaria de Saúde. “Ele usa do cargo de vereador para nos intimidar. Disse que tinha voz perante a população e que faria da nossa vida um inferno”, relatou a coordenadora administrativa de Saúde, Letícia Cristina Silva Bachião.
Em plenário, a servidora Tatiane Luiza Américo pediu para depor sem a presença de Odair e acusou o vereador de assédio sexual entre 2020 e 2021. Segundo ela, o parlamentar fazia comentários e gestos obscenos, além de apertar partes do seu corpo. A denúncia também inclui uma transferência bancária de R$ 1,5 mil, seguida de cobranças para que ela “pagasse a dívida” acompanhando-o a uma cidade vizinha. O advogado da servidora informou que o caso foi encaminhado ao Ministério Público.
OUTRO LADO – Em sua defesa, Odair negou as acusações e disse ter ido apenas cobrar horas extras que não teriam sido pagas. Ele afirmou ser alvo de perseguição política e declarou desconhecer qualquer denúncia formal de assédio sexual.
O presidente da Comissão Processante, vereador Roberto Guelere (PSDB), informou que a Câmara avalia encaminhar o caso às autoridades competentes. “Vamos buscar orientação jurídica para definir se haverá novo processo de cassação ou outro procedimento cabível”, afirmou.
Além de vereador, Odair Braz de Azevedo é servidor público e atua como motorista da prefeitura. O processo de cassação por quebra de decoro deve seguir em análise nas próximas sessões.
