A Esperança é Crônica

Share on facebook
Facebook
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on email
Email
Share on print
IMPRIMIR
Share on facebook
Share on whatsapp
Share on email
Share on print

“Leia este livro pelo menos umas quatro vezes!” – Foi o que me disse, com aquela sua voz de barítono, o saudoso amigo Samuel de Assis Toledo, médico e filósofo, ao me presentear com uma edição antiga de “O Banquete” do filósofo grego Platão (428-348 a.C.). Em “O Banquete”, Platão ensina o que é o amor em sua essência. Demorei muitos anos para poder compreender que o amor é um determinado tipo de educação. E Platão assegura: “Você não pode amar alguém se não quiser ser educado por esse alguém!” – E, claro, isso significa que uma pessoa precisa se unir a alguém que contenha um pedaço fundamental que falta à sua evolução, isto é: qualidades que ainda não obteve. Platão acreditava na educação de maneira apaixonada. Ele queria, já naquele tempo – antes de Cristo – reformar a grade curricular de ensino! O principal, ele ensina em “O Banquete,” não é aprender apenas Matemática ou Ortografia (leia-se escrever de forma correta), mas sermos bons para aprender a ter coragem, auto-controle, sensatez, independência e calma. Para colocar tudo isso em prática ele fundou em Atenas uma escola que deu o nome de Academia. Ela existiu durante mais de 400 anos. As pessoas iam lá somente para buscar aprender a viver bem e a morrer bem. – E como é triste constatar que as modernas instituições acadêmicas tenham acabado com essa busca. O que se busca nas academias (de hoje em dia) é a cultura ou o cultivo do corpo físico! – Se um estudante aparecer na Universidade de São Paulo – USP – querendo aprender a viver (ou a morrer bem) os professores vão chamar uma viatura policial ou uma ambulância para prendê-lo ou amordaçá-lo! – Não há como fugir da realidade. Ela é mais presente que os sonhos . Todavia, a esperança é crônica! 

 

Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.

Visite o Site https//paulobotelhoadm.com.br

Notícias Recentes