O Prêmio Nobel é de responsabilidade da Fundação Nobel; e quem o vence recebe um diploma, uma medalha de ouro de 18 quilates e uma quantia de 8 milhões de coroas suecas; cerca de 800 mil dólares ou quase cinco milhões de reais! O escritor americano Raymond Chandler, notável autor de “O Longo Adeus”, escreveu o seguinte sobre o Prêmio Nobel de Literatura: “Quero ser um bom escritor? – Quero ganhar o Nobel de Literatura? – Mas, o que é o prêmio Nobel de Literatura? – Muitos escritores de segunda categoria receberam esse prêmio. Escritores que nem sequer me despertam vontade de lê-los. Para começar, se eu ganhar esse prêmio, terei que ir a Estocolmo, usar roupa de gala e fazer um discurso. O prêmio Nobel de Literatura merece tanto? Com certeza, não!” – E é verdade, a qualidade de uma obra literária não possui forma, mas, se receber um prêmio ou uma medalha, passará a ser atrelada a algo concreto. E as pessoas vão poder prestar atenção. Acho que o que irritava tanto o Chandler era esse formalismo que não tem nada a ver como valor literário, e também o esnobismo autoritário de quem oferece o prêmio, dizendo: “Venha até aqui para buscá-lo!” Nem preciso dizer que o que fica para a posteridade são as obras, e não os prêmios. Se uma obra for realmente boa, ela resistirá ao teste do tempo e será lembrada para sempre. Quem se importa se Ernest Hemingway ou Jorge Luis Borges receberam o Nobel? Hemingway recebeu; Borges não. O prêmio pode acrescentar brilho a uma obra específica, mas não consegue oferecer vida. Assim, o valor do prêmio varia conforme a pessoa que o recebe. Em citando os outros, também me cito; tenho dois livros publicados: “Moinhos de Vento” e “As Quatro Faces do Tetraedro”, ambos editados pela conceituada Allprint. Embora tenham recebido boas avaliações da crítica especializada, não foram lá muito bem nas vendas! – É que a vida nem sempre segue em frente; o que se há de fazer? – Mas, a esperança é sempre crônica!
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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