Em recente entrevista, Mario Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura de 2010, ao lançar o seu último romance “Le dedico mi silencio” – disse: “Tenho 87 anos e, embora otimista, não acho que viverei tanto tempo para trabalhar em um novo romance, pois levo de três a quatro anos para escrevê-los!” – Mas, ele afirma que vai continuar escrevendo, porém só contos e artigos. – E fico a analisar a diferença entre romance e conto: romance é a forma literária que pertence ao gênero narrativo e apresenta uma história completa (narrador, enredo, ambientação e personagens) definidos de maneira clara; já o conto é um gênero caracterizado por narrativa literária curta, tendo começo, meio e fim da história narrados de maneira breve, porém o suficiente para contar uma história completa. Alguns dos romances que li – anos atrás – e admirava mais por causa das lições técnicas, quer dizer: pela carpintaria secreta. Das abstrações metafísicas dos primeiros contos até o mais recente do Llosa, encontrei pistas precisas e muito úteis para a formação de um escritor. Não havia me passado pela cabeça a ideia de explorar outras formas. Pensava que conto e romance não apenas eram gêneros literários diferentes, mas dois organismos de natureza distinta que seria errado confundir. Hoje continuo acreditando nisso, e mais convencido que nunca da supremacia do conto sobre o romance. – Pelo menos para mim que, também, não disponho lá de tempo a mais para poder continuar escrevendo! – É isso.
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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