Romualdo mora na Suécia e trabalha na Volvo, uma fábrica de automóveis e caminhões, e que tem filial no Brasil. Ele conta que a primeira vez que foi a Estocolmo para estagiar na matriz, um dos colegas ia pegá-lo de carro, toda manhã, no hotel em que se hospedara por conta da Volvo. E chegavam ainda bem cedo à sede da fábrica; entretanto o colega estacionava bem longe do portão de entrada. Depois de vários dias assim, Romualdo não aguenta e pergunta: “Se chegamos mais cedo, por que você não estaciona mais perto do portão de entrada?” – E o colega responde: “É porque chegando mais cedo temos tempo de caminhar um pouco. além de não ocupar lugar de quem chega mais tarde, pois vai entrar atrasado e terá desconto no pagamento; você não acha?” – Romualdo conta que não sabia aonde enfiar a cara!
Mas, é aqui mesmo – neste país tupiniquim – que fica visível toda a falta ou falência de consideração para com os outros. Por exemplo: Uma pessoa que estaciona em fila tripla para esperar filho (a) na saída de uma escola, não está preocupada com o princípio básico de consideração para com as outras pessoas. Ela age com a mesma arrogância delinquente do bandido que agride ou mata outra pessoa para roubar um celular! Em decorrência, tal descaso com a vida ou desconforto dos outros, desemboca numa “ética de sobrevivência”, ou seja: “Primeiro os meus; depois os teus!” Uma certa deturpação ou desentendimento idiomático do Português que tem origem na Bíblia em Mateus 5:23!
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor
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