Não gosto de futuro, não conto com ele e pronto. Hoje é tudo amanhã, talvez. O ‘se’ então, é uma terrível manifestação futurista. Esperas, esperança, não funciona. Bom mesmo é o imediatismo, da hora. O hoje é vida, viver a vida é conhecer e reconhecer as coisas como elas são, lembro-me dos compromissos, das horas do dia, da semana e do mês, dividindo-o entre a caminhada e o momento cultural escrevendo. Amanhã, tenho minhas dúvidas. Assim, vou levando a vida, caminhando e ouvindo as canções que gosto e me deixa de bem. Pensar? Penso sim os pensamentos de hoje, e ninguém os roubam nem os descobrem, os de amanhã, são outros. Quem gosta do amanhã, são os que tem ‘um encontro marcado’ e não é com o jornalista e escritor mineiro Fernando Sabino. Deu por HOJE. Porém, ainda fico com os pensadores: “Hoje é o aluno de ontem” (Benjamim Franklin). “Ontem vi tudo acabado. Hoje contei as estrelas e a vida parece um filme” (Chico Buarque). “Nasço ‘hoje’, ando onde há espaço: meu tempo é quando” (Vinicius de Moraes em antologia poética), substitui o ‘amanhã’ por ‘hoje’. “Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir, é lembrar hoje o que se sentiu ontem” (Fernando Pessoa do livro Desassossego). “Ontem sentia que faltava algo, ‘hoje’ você é responsável”, por hoje. (Acrescentei ‘por hoje’) (Bob Marley).
Fernando de Miranda Jorge
Acadêmico Correspondente da APC
Jacuí/MG – e-mail: fmjor31@gmail.com