Nada como um dia atrás do outro

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Depois de um ano e meio trabalhando em home office, estou voltando gradualmente ao trabalho presencial. É muito bom ter esta sensação de que a normalidade, aos poucos, parece estar voltando. Mas é importante termos em mente que é apenas uma sensação mesmo, porque a vida normal, como a conhecemos antigamente, ainda não voltou. O vírus continua entre nós, circulando, a espera dessas falsas sensações de segurança para então, sorrateiramente, contaminar mais e mais pessoas. Vida normal mesmo, sem máscaras, sem distanciamento, sem álcool gel, sem medo de sair por aí e abraçar quem a gente gosta, ninguém sabe quando teremos de volta. Aliás, ninguém sabe SE a teremos de volta, porque tempos sombrios deixam sequelas que duram mais tempo do que gostaríamos. E de tanto falar em tempo, você notou como a sensação do tempo passando mudou várias vezes desde que tudo isso começou? No início da pandemia, quando todos ficamos em casa ou mudamos drasticamente nossos costumes, os minutos pareciam correr mais devagar e o dia demorava a passar. Me lembro que, durante a semana, muitas vezes tinha que conferir o calendário na parede para me lembrar qual era exatamente o dia da semana que estávamos. Porque os dias pareciam sempre iguais. Nem o fim de semana era muito diferente. Hoje isso não acontece mais, pelo menos comigo. A segunda-feira já readquiriu aquela face de megera que acaba com a farra e a alegria e a sexta-feira, por sua vez, já pode ser novamente chamada de ‘sua linda’ sem problema algum. Aliás, sempre vi diferenças notáveis entre os dias da semana. Existem aqueles que sabemos que serão mais difíceis, por terem trabalhos a serem concluídos ou entregues, e aqueles mais ‘mamão com açúcar’, onde o ócio e preguiça reinam soberanos. Acho que funciona assim pra todo mundo, desde quando resolveram dar nomes aos dias da semana. E esta é uma história bem interessante. As origens dos nomes dos dias da semana são curiosas e variam bastante de uma língua para outra. No nosso idioma, por exemplo, a origem vem da idade média e os nomes primordiais eram sábado e domingo. Sábado é inspirado em Saturno, deus romano do tempo. Existe também a versão de que possa ser derivado do latim sabbatum, que significa ‘descanso’. Já a palavra ‘domingo’, na versão original, não era domingo. Era ‘Dies Solis’, em latim, que significa ‘dia do sol’. Afinal era o dia mais festivo, onde todos folgavam e festejavam. Só que também era dia de missa, e por isso a igreja católica resolveu mudar a denominação para ‘Dies Dominica’, ou ‘dia do Senhor’. Depois abreviaram para ‘dominica’ e, finalmente, ‘domingo’. E como uma coisa puxa a outra, o domingo se transformou também no dia da feira, já que era o dia mais movimentado da semana e os agricultores aproveitavam o movimento para vender seus produtos na praça. Então, domingo era o primeiro dia da feira, certo? E no dia seguinte, vinha a segunda-feira! E assim por diante, até chegar na nossa querida e majestosa sexta-feira. Já na língua inglesa a origem da nomenclatura dos dias deriva de deuses e tradições nórdicas, a não ser para sábado, domingo e segunda. Sábado é Saturday, ou dia de Saturno, um dos primeiros planetas batizados pelos astrônomos da antiguidade. Seguindo esta lógica das estrelas, Sunday é o ‘dia do sol’ e Monday, ‘dia da lua’. A partir daí entram em cena os deuses nórdicos. A terça-feira, ou Tuesday, é um termo inspirado em Tyu, deus da guerra, irmão de Thor, aquele do martelo. Que por sua vez é homenageado na quinta, ou Thursday. Já o pai de Thor, Odin, o deus mais fodástico de Asgard, tem Wednesday para chamar de sua. E finalmente, Friday é consagrado à Freya, que é a deusa nórdica que representa o amor, a luxúria, o ouro, a fertilidade e outras coisas mundanas e proibidas. Ou seja, tudo a ver com a sexta-feira mesmo. Já os espanhóis foram mais práticos e batizaram os dias da semana com os nomes dos planetas do sistema solar, só que derivados do latim. Então, sábado ficou sábado mesmo, como em português, e deriva de saturno; ‘domingo’ também é igual, e dia consagrado ao sol; Segunda, dia da lua, é Lunes; Terça é Martes, que homenageia Marte; Quarta, Miércoles, inspirado no planeta Mercúrio; Quinta é Jueves, lembrando Júpiter e sexta é Viernes, em homenagem a Vênus, que segundo a mitologia romana era também a deusa da formosura e do amor. Tá vendo? De novo, tudo a ver com a nossa linda e adorada sexta-feira! Mas deixando as brincadeiras de lado, mais importante que a nomenclatura dos dias é saber como aproveitá-los bem. Fazer com que cada dia seja melhor que aquele que passou. E procurar, todos os dias, motivos para sorrir e agradecer. Esse é o caminho para todos termos dias melhores.
Por hoje é isso. Semana que vem tem mais. Até lá.

RAUL DIAS FILHO – O autor é jornalista e repórter especial da Record TV
E-mail: rauldiasfilho@hotmail.com

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