Mulato, muito pobre, autor do clássico Policarpo Quaresma, Lima Barreto (1881-1922) ao escrever sobre a República no Brasil em 1918 – o mesmo e fatídico ano da epidemia da Gripe Espanhola – disse que o Brasil estava sob o regime da corrupção e que todas as opiniões eram impostas pelos poderosos. Até hoje tem sido assim; e ninguém pode ser contrariado, mesmo nas relações presentes nas redes antissociais da Internet. – Se uma mulher já cansada de tanta violência do marido se queixar dele corre o risco de ser ferida ou morta com uma facada! – A faca continua sendo o símbolo fálico de homens desajustados, covardes e violentos!
As pessoas não querem saber de dialogar, discutir; quase ninguém sabe ou quer propor ideias, sugestões, soluções. – E fica-se no bizantino ou naquilo que não apresenta resultado prático. Resultado não é obtido pelo aproveitamento de oportunidades ou de oportunismos. Todavia, quase todos comem ou querem comer: juízes, desembargadores, ministros com suas excrescências; comem ou querem comer políticos pusilânimes; comem ou querem comer criaturas sinistras do poder Executivo. – Quanta comilança!
É chegada a hora das carências, das necessidades; é o momento em que o mais voraz – o mais comedor – é o mais primitivo, o mais embusteiro. Aos pobres, miseráveis e excluídos só migalhas, restos de um salário mínimo de apenas 1.518 reais por mês, o que dá pouco mais que 50 reais por dia!
Somos um país enfermo de desigualdade, brutalidade e ignorância com pouca ou nenhuma vergonha – produto de uma classe dominante perversa porque pervertida! – É isso.
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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