O que a gente só sabe bem?

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Escrever é o registro da luta para preencher o vazio entre s palavras. – Será mesmo? – Acho que é, na verdade, falta de compreensão. A grandiosidade de “Grande Sertão: Veredas”, obra do mineiro João Guimarães Rosa pode ser exemplificada pelas interpretações. Ela é intraduzível para qualquer outro idioma! Na contramão do otimismo de seu tempo, Rosa volta-se para o sertanejo, sua fala particular e suas histórias; e a partir daí cria uma linguagem revolucionária. A narrativa focaliza Riobaldo, ex-jagunço e então fazendeiro, que recebe a visita de um doutor para quem conta sua vida, relembra lutas, medos e amores. O diálogo se transforma em um solilóquio – um falar sozinho intenso – no qual o próprio leitor ocupa a posição de interlocutor. Rosa focaliza o homem em conflito com o ambiente  e consigo mesmo. Dessa forma, o sertão tem um caráter regional, universal, físico e imaginário. Ele incorpora em sua obra aspectos das mais diferentes culturas. Ele  disse, certa vez, que  (para viver e escrever) um léxico só não é suficiente. A frase que mais me chama a atenção e que se destaca no texto é “Viver é algo perigoso”.

A chamada geração de 1945, como pós-moderna, caracteriza-se por uma pluralidade temática de estilo. Ela reúne escritores muito diferentes entre si como João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector e o próprio Guimarães Rosa, mas têm em comum uma maior preocupação com o uso das palavras e com a forma literária. 

– O que a gente só sabe bem é aquilo que não entende. – E eu sou aquele tipo de escritor que as pessoas pensam que os outros estão lendo!

 

Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.

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