Filho de um casal de imigrantes libaneses, Raduan Nassar nasceu em novembro de 1935; e acaba, portanto, de completar 90 anos. Com apenas três livros publicados que não somam 400 páginas, Raduan conquistou espaço importante na literatura brasileira e latino-americana. Segundo a crítica especializada, a obra de Raduan Nassar é comparável a do mineiro Guimarães Rosa, a do mexicano Juan Rulfo e a do argentino Julio Cortázar. Eu li, apenas, “Menina a Caminho”, uma coletânea de contos publicados em 1997. – Os contos de “Menina a Caminho” exploram temas recorrentes na obra de Raduan: o conflito entre desejos e sociedade, e a identidade constituída pelos afetos e os dilemas das pessoas. Os temas são tratados por meio de uma prosa lírica; o que se tornou uma característica do autor. Porém, (e sempre há um porém) no auge de uma carreira reconhecida e ganhar o Prêmio Camões de 2016, Raduan resolveu parar de escrever. – Por que parou? – Tal pergunta continua sendo um enigma inexplicado. – O também premiado escritor Milton Hatoum, amigo de Raduan, disse que ele passaria a arar outras terras, trocando a literatura pela agricultura em um sítio de sua propriedade na cidade de Buri, estado de São Paulo.
A literatura está sobrecarregada, já faz tempo, de gente que não sabe escrever. É enorme a quantidade de livros sem qualidade publicados – e a publicar – neste país primário no qual o Congresso Nacional é o seu porta voz mais vociferante!
Paulo Augusto de Podest´Botelho (Paulo Botelho) é Professor e Escritor.
Leia a crônica “Um Multiplicador da Vida Sustentável” que você pode encontrar, se quiser, em meu Site https//paulobotelhoadm.com.br