Os entraves que o conhecimento esconde

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A mentalidade aberta e desprovida de preconceitos, como ensina Galileu (1564-1662) é indispensável para gerar o verdadeiro conhecimento. Outro, Giordano Bruno (1548-1600) escreveu: “Todas as coisas, que tenhamos ideia ou não, estão interligadas e se inter-relacionam de maneira sistêmica”. Galileu e Giordano Bruno viveram na mesma época, entretanto, não se sabe se eles chegaram a conversar. Ambos foram perseguidos sob o pontificado de dois papas: Paulo III e Gregório XVI. O primeiro, ainda bispo, prostituiu a própria irmã em troca do chapéu cardinalício; o segundo mantinha um pequeno alojamento no palácio Quirinal para encontros com os seus amantes! Galileu é, até hoje, lembrado pela maneira como escapou de ir para a fogueira da Inquisição (atual Santo Ofício) como foi Giordano Bruno. Suas descobertas vinham levando-o a discordar cada vez mais das ideias de Aristóteles, então plenamente aceitas, de que o universo celeste era perfeito e imutável. Além disso, seu frequente posicionamento contrário aos dogmas da Igreja Católica fez com que aumentasse o número de seus desafetos. Para poder continuar vivo, ele teve que renunciar a todas as suas ideias – e ideais. Giordano Bruno morreu queimado em 16/02/1600 sem renegar seus pontos de vista filosóficos e religiosos. “Seu assassinato pela Inquisição acabou por causar um forte impacto pela liberdade de pensamento em toda a Europa culta”, constata Carlos Fragoso em seu livro “A Metafísica do Infinito”. Em 1985, foi a vez do teólogo brasileiro Leonardo Boff (meu amigo), principal formulador da “Teologia da Libertação”, de sentar no mesmo banquinho de Galileu e Giordano Bruno. Inquisidor: Cardeal Joseph Ratzinger, eleito Papa Bento XVI; INgredientes: arrogância e humilhação; Veredito: 1 ano de “silêncio obsequioso”, isto é: “Cale a boca, não dê mais aulas e não escreva!” – Boff saiu da Igreja e se casou com a sua secretária, mãe de 4 filhos!

– O passado é conservado por ele mesmo; nos segue por toda a vida. – Acho que o nosso cérebro foi feito para guardar o passado e trazê-lo de volta, pelo menos, para esclarecimentos! – É isso.

 

Paulo Augusto de Podestá Botelho (Paulo Botelho) é Professor e Escritor.

Leia o artigo “Um Multiplicador da Vida Sustentável”; disponível no Site https//paulobotelhoadm.com.br 

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