O Enxergar na Escuridão

Share on facebook
Facebook
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on email
Email
Share on print
IMPRIMIR
Share on facebook
Share on whatsapp
Share on email
Share on print

A escrita nem sempre clareia; é como o riscar de um fósforo que ao acender permite, apenas, enxergar o tamanho da escuridão. O escritor é um observador da sociedade e da natureza humana; e a literatura o ajuda a obter energia para produzir algum conhecimento. – “Palavra puxa palavra; uma ideia traz outra”, ensina Machado de Assis. – Acho mesmo que é desse jeito que a natureza compõe as suas espécies. A busca pela palavra certa não é nada fácil. – Escrever é mais que associar palavras e ideias; é buscar uma sintaxe que faça chegar ao leitor um entendimento objetivo e simples. – Não gosto de escrita com frases volumosas, cheias de adjetivos e advérbios; os advérbios terminados em MENTE empobrecem o texto que se pretende bem elaborado. – Georges Simenon, o criador do detetive Maigret, espremia os seus escritos como se usasse um alicate. A lição que assimilei dele é a de economia. – É preciso dizer o que se quer com economia e, se possível, com alguma iluminação poética. Prefiro escrever sempre na parte da manhã ou da noite; na da tarde fico burro! As palavras são apenas vagas sombras do que se pretende dizer; no entanto, o acender do fósforo permite enxergar com clareza a dimensão da escuridão. 
– Os cegos, os poetas e os escritores podem enxergar na escuridão.

Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
Site: https//paulobotelhoadm.com.br

Notícias Recentes