Um leitor desse Jornal me manda um E- mail pedindo orientação para poder escrever melhor. – Então, vamos lá! – Tem uma frase de Gustave Flaubert, escritor francês, bem proposital: “Um escritor crê escrever de forma razoável”. – É o que busco, além de me focar em exemplos. – Os bons exemplos são raros, não obstante a enorme quantidade de textos veiculados em jornais, revistas ou livros, vendidos como chuchu na feira! – Constatar o quanto os bons escritores alcançaram sucesso com os seus escritos é admirável. – O que há de mal construído nos textos de Tchekov, Flaubert, Simenon, Hemingway ou Machado de Assis? – Já li todos esses e nada encontrei fora do lugar em termos de sintaxe gramatical. – Quanto a mim, chego a empilhar pedra sobre pedra para construir a minha pirâmide literária; e ela não chega a um centésimo das deles que foram construídas de um só bloco! – E eles são grandes porque não se utilizaram de processos menores de escrita. – É claro que a dificuldade está em encontrar as palavras certas; e isso se encontra por uma condensação das ideias que eles conseguiam de forma natural, sem muito esforço. – Os melhores textos são os que mais se assemelham à conversação diária que se pratica. – Todas as palavras que escrevemos precisam ter objetivos a alcançar. – Se a gente pode transmitir alguma coisa com três frases, não precisa escrever três parágrafos ou uma página para dizer a mesma coisa. – Mesmo ao transmitir más notícias, uma redação precisa registrar que as boas notícias também chegam depois dos temporais! – Um computador aumenta a variação da escrita; multiplica a velocidade da transmissão; mas, é só isso e nada mais. – Para poder me expressar melhor, entendo que a música é essencial. – “A boa música basta para o entendimento”, ensinou o maestro e compositor Tom Jobim.
– “Era ainda muito cedo quando Inês saiu de casa pra comprar pavio de lampião; e não mais voltou”. – É uma estrofe de uma das músicas do Adoniran Barbosa. – Com uma temática, assim, em mãos, você pode escrever um livro de 150 páginas, caso queira. – É isso.
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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