Mesmo com erros e acertos (mais com acertos) Juscelino Kubitschek governou o Brasil no período 1956-1960. Ele conseguiu sintetizar o político sensível com o administrador eficiente. Em seu governo foi implementada e consolidada a indústria de base com a produção do aço; enquanto a renda “per capita” sobe para quase 70% ao ano, além de criar Brasília. Com a sua construção, Brasília desloca o eixo de desenvolvimento econômico para o planalto central do país.
Seminarista jesuíta em sua juventude, JK aprende a tocar órgão com perfeição. O escritor Otto Lara Resende ouviu-o executando na íntegra a Missa em Si Menor de Bach. – “Fiquei besta!” – Ele disse.
Ah, a música! – Ela foi o primeiro grito de amor que se conhece. As primeiras leis da humanidade foram cantadas. E fico a pensar como as leis brasileiras soariam nos ambientes do poder legislativo. – Sem dúvida, desafinadas em seus acordes!
Mas, foi em uma festa de inauguração (ou entrega de obra) na cidade de Caratinga, quando JK governava o Estado de Minas Gerais. Ao final do evento, no meio da multidão, JK percebe um homem caminhando com muita dificuldade vindo ao seu encontro. Era um leproso enrolado em sacos de estopa. No rosto, muito deformado pela doença, os olhos sobressaiam: suaves, resignados. JK, então, estreita-o num afetuoso abraço. O homem se afasta ao perceber a perplexidade das pessoas. – E, de costas para elas, chora de emoção!
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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