Sobre uma crônica de minha autoria intitulada “Hildebrando e a Onça”, publicada faz pouco tempo, uma leitora questiona: “Como é possível alguém pegar uma onça pelas orelhas e expulsá-la pra fora daquele bar? – Não dá pra acreditar!”
Se verdade ou ficção a resposta fica sempre por conta dos leitores. – A decisão em literatura é sempre dos leitores”, já disse Garcia Marquez, escritor colombiano. Romances ou crônicas, algumas vezes estão mesmo cheios de mentiras. Mas, é com elas que escritores tentam contar as verdades deste mundo tão miserável e infeliz!
Por ter passado por muita preocupação com problemas de saúde, constatei que a preocupação ataca o subconsciente da gente. E quando muito intensa pode até destruir as nossas reservas mentais; daí as elocubrações!
Julio Cortázar, escritor argentino, disse que escrever é uma luta contínua com as palavras; um combate que tem algo de aliança secreta.
Quanto mais bela for a ideia, mais sonora fica a escrita. William Faulkner, notável escritor americano, registra em “O Som e e Fúria”, sua obra prima, que a música é o meio mais fácil para reforçar as palavras. E é verdade: ouvir a Missa em Si Menor de Bach serve para entender toda a dimensão necessária para o reequilíbrio da humanidade.
Não gosto de textos volumosos, cheios de adjetivos, advérbios e descrições prolixas. Prefiro tentar seguir o estilo de Hemingway; ele espremia os seus textos como que se usasse um alicate. A lição que assimilei dele é a da economia. – É preciso dizer o que se pretende com economia; se possível, com alguma iluminação poética!
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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