Livros dizem muito a respeito de cada escritor. Lendo Julio Cortázar, notável escritor argentino, aprendi que livros bons ouvem; e os ruins só falam! Mário Quintana, poeta gaúcho, escreveu: “Livros não mudam o mundo; quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”, Todavia, escrever é um ofício um tanto quanto doloroso; e costuma fazer vítimas. A maioria dos escritores acaba fracassando: quando jovens, precisam lutar contra o desespero; na maturidade, contra o medo; e, com o avanço da idade, contra as evidências crescentes do declínio das forças. Não me lembro bem do dia e do ano, mas foi em Agosto – o mais cruel dos meses – que mandei publicar o meu segundo livro “As Quatro Faces do Tetraedro”. Apesar de ter merecido boas resenhas, uma delas do ambientalista Otonelson Eduardo Prado, o livro não foi muito bem sucedido nas vendas. Resolvi, então, fazer doações para faculdades e escolas técnicas. Para minha surpresa, recebi vários elogios. E de adolescentes. Um deles, aluno de uma escola Senai, escreveu no e-mail: “A professora de Português sempre leva as suas crônicas para a sala de aula e eu e os meus colegas achamos que elas são da hora”. Aí, acabei achando mesmo que os meus escritos não são de falar, mas de ouvir! – É isso.
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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