Desde Jesús Cristo, ninguém obteve tanta inspiração global ou foi tão mal interpretado quanto Karl Marx (1818-1883)!
Políticos e pretensos eruditos (muitos brasileiros) gostam de mencionar a palavra “globalização! que não significa outra coisa a não ser o estágio supremo do capitalismo; isso sem saber que Marx já estivera por dentro deste tema desde 1848.
O deslocamento do poder financeiro do Atlântico ao Pacífico, graças aos “Tigres Asiáticos” foi previsto por Marx há mais de 100 anos; e, óbvio, bem antes da chegada do Bill Gates ao mundo capitalista! – “Estou convencido de que a abordagem de Marx é a melhor maneira de pensar o capitalismo!” – Foi o que afirmou um dos maiores banqueiros dos Estados Unidos. – Desde então, economistas e jornalistas de direita começaram a fazer coro para incensar Marx, afirmando: “Vamos esquecer toda a baboseira comunista, pois Marx foi o estudioso mais aplicado do capitalismo!” – Mas, o que nem os seus detratores reconhecem é que Marx foi, sobretudo, um humanista de rara sensibilidade. O que ele formulou foi um Método de Análise de grande alcance econômico, político e social. Apenas para constatar: O Brasil, a meu ver, só teve dois intelectuais que souberam ler, entender e interpretar com objetividade “O Capital” de Marx: Celso Furtado e Delfim Neto. – É nos manuscritos econômicos e filosóficos que Marx defende, pela primeira vez, que o trabalho moderno conduz as pessoas ao “Entfremdung” (leia-se alienação ou perturbação mental)! Minha avó, a dona Maria de Luna Botelho, uma mulher enfezada, mas muito culta, acreditava que o sistema capitalista obriga todo mundo a colocar o interesse econômico no centro da vida; de tal forma que, assim, ninguém consegue obter relacionamentos profundos e duradouros. – Antes, agora e sempre, o fantasma da ignorância. Desde Jesús Cristo! – É isso.
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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