“E na prática, como fica a Ecologia Industrial?” – É a pergunta recorrente de alguns dos meus alunos de Pós-Graduação que não se dão ao trabalho de pesquisa! – Então, vamos lá: Ecologia Industrial tem por objetivo reduzir a demanda de matérias-primas: água, energia e devolução de resíduos à natureza por meio da integração de processos; de tal forma que resíduos e subprodutos possam servir de matérias-primas. O sistema industrial, portanto, passa a ser produtor de resíduos. E os limites de uma empresa se estendem até ao meio-ambiente exigindo que produtos e resíduos sejam compartilhados por outras empresas. Por mais que os processos de combate à poluição melhorem, sempre haverá a geração de resíduos ou de subprodutos. Por exemplo: Produção de Cerveja; algo bem ao gosto dos consumidores deste país tupiniquim! É na Namíbia, país situado na África Austral, que as cervejarias de exportação aderiram – faz um tempão – a programas de reutilização de produtos sólidos e líquidos. Os resíduos das cervejarias de lá são utilizados como substratos para o cultivo de cogumelos nos mercados para criar minhocas que são vendidas a criadores de galinhas. E a água daquelas cervejarias é utilizada para alimentar os criatórios de peixes em larga escala de reprodução. E por quê isso ainda não foi possível fazer no Brasil? – Ora, porque os três capitalistas cariocas: Jorge Lehman, Marcel Telles e Roberto Sucupira, donos da maioria das cervejarias brasileiras, não têm interesse em reaproveitar os resíduos e subprodutos de cervejarias. Por enquanto, eles estão às voltas com a “reciclagem seletiva de portfólio” das Lojas Americanas!
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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