Com os preços positivos do café, o empreendedorismo no setor vem apresentando um crescimento significativo. Além das marcas próprias, cafeterias e negócios que agregam vem aumentando.
É o caso de Mariza Contreras, cafeicultora de Areado que inaugurou sua cafeteria na roça, na última sexta-feira. “Aqui o objetivo é agregar, além um espaço para experiências da lavoura a xicara, também estamos com parcerias para empresas realizarem eventos. Instalamos nosso torrador que o consumidor coloca o seu nome na hora na embalagem”, convida.
Aline Madeira produz linguiça e com a abertura da cafeteria, tem uma nova parceria para venda dos produtos. “É muito importante termos esse ponto aqui na fazenda da Mariza para apresentar nossa produção”. Esse também é o caso da empreendedora rural Jaqueline Oliveira que produz queijos e iogurtes, “um negócio de mulher é sempre ponto que impulsiona outras a se juntarem e fazerem negócios e nisso a cafeteria agrega para todas nós. O investimento foi da Mariza, mas estamos sendo acolhidas nessa iniciativa”, conta.
Edna Costa, cafeicultora da agricultura familiar de Muzambinho, falou sobre importância de parceiros que agregam e confirma a qualidade dos produtos como o Instituto Mineiro de Agropecuária e a AMOG com o selo do SIM regional para a comercialização dos produtores. “O consumidor quer saber quem produz e como e ao longo dos anos a agricultura familiar tem feito cursos, se atualizado para atender a demanda do mercado. Os novos negócios das cafeicultoras ajudam as famílias a melhorarem sua renda e os produtos dos negócios femininos ganham cada vez mais o gosto do consumidor” explica.
A experiência de Suzana Santos, cafeicultora do bairro São Domingo, área rural de Muzambinho fala o que ajuda na hora de empreender. “Meu pai e meu marido sempre apoiaram o trabalho que realizo, a marca Maturasso agrega ao nosso negócio e fico muito feliz em poder trazer comigo mais cafeicultoras para a Associação do Sudoeste de Minas”, convida.
E as iniciativas contam com inovações e parceiros que pesquisam novos negócios. Para a professora e responsável pelo setor de grãos do Centro de Validação Tecnológica do IFSULDEMINAS Campus Muzambinho, “a parceria com a Cooxupé agrega muito para as produtoras de café que também produzem grãos, são novos negócios que surgem e melhoram a renda da agricultura familiar na região. E a ciência está ai para isso ser aplicada no dia a dia”, disse.
Os negócios femininos são incentivadas na região pelos sindicatos, associações e cooperativas.
Na Femagri deste ano, além do espaço mulher, já tradicional no evento, as mulheres vão ter uma programação para as empreendedoras. (confira na próxima edição)
A jornalista Valéria Vilela, há 20 anos cobre o mercado de café e com suas reportagens conta a história de mulheres que alavancam negócios e mostram as iniciativas do empreendedorismo rural. “Vejo que uma mulher puxa a outra. Com renda da mão, a mulher consegue melhorar a sua vida e o seu entorno” conta.
(REPORTAGEM VALERIA VILELA)